quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Reitor admite fechar portas da Universidade de Coimbra se Governo continuar com cortes





O reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva, deixou, esta quarta-feira um aviso ao Governo: se continuar a fazer cortes no orçamento, pode ser necessário fechar a instituição

As queixas dos reitores relacionadas com as dificuldades financeiras provocadas pelos cortes têm-se sucedido, mas esta quarta-feira o reitor da Universidade de Coimbra (UC) foi mais longe.

João Gabriel Silva avisou que se o Governo continuar a fazer cortes no orçamento, pode ter que fechar a instituição que, nesta altura, já está no limite do suportável.

«Nós neste momento estamos com orçamentos que estão 13 por cento abaixo daquilo que existia em 2005, para o próximo ano temos cortes de 8,5 por cento que nos colocam em grandes dificuldades porque já estávamos com um funcionamento muito complicado e agora ficamos com um funcionamento mesmo no limite para abrir a porta com dignidade», explicou.

«Se sobre esta situação difícil nos for ainda imposto cortes adicionais em 2013, é claro que temos um risco muito sério de não conseguir sequer abrir as portas», alertou João Gabriel Silva.

O reitor da Universidade de Coimbra defende que as universidades estão a ser tratadas como se fossem empresas públicas com grandes dúvidas.

«Estes cortes aplicam-se sensivelmente da mesma forma a quem andou a falsificar as contas ou a geral buracos orçamentais e a quem não os fez. E é bom que se perceba que o sistema de Ensino Superior português nem sequer é referido no memorando da troika como sendo um problema porque há 20/30 anos que não gera défice, não tem empréstimos», afirmou.

«Portanto, obviamente, não pode ser tratado da mesma forma que a Saúde, a Refer, as Estradas de Portugal, que geram tanto défice. Isso não tem nenhuma comparação com o sistema de Ensino Superior português que não gerou nada disso e tem sabido sempre respeitar os orçamentos que lhe são atribuídos», defendeu o reitor da UC.

João Gabriel Silva espera, por isso, que o Governo reconsidere e desista de propostas que na sua opinião vão matar a autonomia universitária.

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