quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Timor-Leste: MARI ALKATIRI DEFENDE DESENVOLVIMENTO HUMANO E DAS COMUNIDADES



MSE - LUSA

Díli, 23 nov (Lusa) - O secretário-geral da Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (FRETILIN), Mari Alkatiri, defendeu hoje o desenvolvimento humano e das comunidades como essenciais para combater a pobreza no país.

"Há uma assimetria muito grande. Díli virou uma ilha dentro de uma própria ilha, porque quando se injeta dinheiro numa economia as consequências são essas. Faz crescer as cidades e decrescer o campo cada vez menos produtivo e isso gera também pobreza", afirmou Mari Alkatiri.

O secretário-geral da FRETILIN comentava as declarações feitas pela relatora da ONU para os Direitos Humanos e Extrema Pobreza, durante uma visita a Díli, que considerou que o desenvolvimento em Timor-Leste não se traduziu em melhorias dos níveis de vida, meios de subsistência e criação de emprego.

"É preciso fazer uma política que comece o desenvolvimento nas comunidades, o desenvolvimento de uma forma integrada, o desenvolvimento social, económico, político, na questão da justiça", defendeu Mari Alkatiri.

Para o secretário-geral da FRETILIN, em Timor-Leste não se pode "andar muito depressa em relação ao desenvolvimento físico".

"É preciso desenvolvimento humano, é preciso investir no desenvolvimento humano para as pessoas começarem a mudar mentalidades. Os valores tradicionais, sim, são importantes em termos de coesão final, mas a coesão não deve ser feita discriminando a mulher ou oprimindo a mulher ou a criança", disse.

Mari Alkatiri defende que seja definida uma estratégia a médio e longo prazo e sublinha que "não se deve ter pressa".

"A política linguística é muito importante. Ter muitas línguas não é uma pobreza é um riqueza. É preciso saber usar essa riqueza para realmente criar bases para uma coesão nacional", disse, referindo-se a dados fornecidos pela ONU que indicam que 42 por cento da população não sabe ler e escrever nas duas línguas oficiais do país - tétum e português.

Mari Alkatiri disse ainda que os inimigos de Timor-Leste são hoje inimigos "abstratos, como a ignorância, analfabetismo, pobreza".

"É preciso termos a capacidade de realmente combater esses inimigos, desenvolvendo o capital humano, investindo na educação, na saúde, elevando o nível vida das pessoas, mas fazendo-as participar, para elas próprias se sentirem independentes", defendeu.

*Foto em Lusa

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