Sérgio Soares – i online
Economias mais frágeis da zona euro em recessão devido à austeridade e quebra da procura interna
Bastante pior do que a de Portugal, a economia grega contraiu-se 5% no terceiro trimestre deste ano. A tendência dos trimestres anteriores foi de 7,4% no segundo e 8,3% no primeiro.
Em Portugal, a economia contraiu-se 0,6% no terceiro trimestre do ano relativamente ao segundo, com o país mergulhado em recessão agravada pela austeridade e quebra no consumo.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) reviu ontem em baixa de 0,2 pontos percentuais a queda do PIB para o terceiro trimestre, apontando agora para uma descida de 0,6% face ao segundo trimestre.
A taxa de variação homóloga, por sua vez, permaneceu nos -1,7%, o mesmo valor apurado na estimativa rápida divulgada em Novembro.
As projecções do Banco de Portugal apontam para uma queda de 1,9% do PIB este ano e de 2,2% em 2012.
A Comissão Europeia prevê que o PIB português caia 2,2% este ano e 3% em 2012, o valor mais negativo da zona euro.
Relativamente a 2009, a economia portuguesa recuou 2,9% face ao ano anterior – uma revisão de 0,4 pontos percentuais em relação à estimativa anterior, segundo o INE.
“Em 2009, o Produto Interno Bruto (PIB) ascendeu a cerca de 168,5 mil milhões de euros. Este valor corresponde a uma diminuição nominal de 2,0% e real de 2,9% relativamente a 2008”, acrescenta.
A influenciar a quebra da economia esteve a variação real negativa em 3,6 pontos percentuais da procura interna, enquanto o contributo da procura externa líquida foi positivo em 0,7 pontos percentuais, “num ano de diminuições acentuadas das importações e das exportações”.
De acordo com o INE, o nível do PIB “foi marginalmente revisto em baixa”, de 168 586 para 168 504 milhões de euros.
“A taxa de variação real do PIB foi revista em -0,4 pontos percentuais, determinando uma revisão praticamente simétrica da taxa de variação dos preços”, revela o INE.
Défice comercial cai para metade
Entretanto, o défice comercial de Portugal estabilizou nos 932 milhões de euros em Outubro, ou seja, uma redução de 48,6% relativamente ao mês homólogo de 2010 (1,815 mil milhões de euros).
O défice acumulado de Janeiro a Outubro reduziu-se em 18,8% para 13,4 mil milhões de euros, contra 16,5 mil milhões de euros no mesmo período do ano anterior.
As exportações aumentaram em Outubro 15,7%, menos 0,1% relativamente a Setembro.
Esta evolução num ano é explicada pelo crescimento de 24,2% das exportações para países fora da UE, alavancado pela procura de metais comuns, máquinas e aparelhos, produtos químicos e alimentares.
As importações, em contrapartida, diminuíram 7,3% num ano e 7,5% em variação mensal, devido sobretudo a uma redução de 25,1% na aquisição de combustíveis de fora da UE em relação a Setembro.
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