sábado, 10 de dezembro de 2011

Macau: GOVERNO GARANTE NÃO ALIMENTAR PRETENSÕES DE INTERFERÊNCIA EDITORIAL



PNE – JCS - LUSA

Macau, China, 10 dez (Lusa) - O porta-voz do Governo de Macau, Alexis Tam, afirmou hoje que o Executivo não alimenta pretensões de interferência editorial, reconhecendo o papel dos media locais na denúncia das injustiças e a importância de uma imprensa livre.

Na abertura do primeiro Congresso de Jornalistas de Macau e da Assembleia-geral da Federação de Jornalistas de Língua Portuguesa, Alexis Tam, em representação do chefe do Executivo, salientou em discurso que a "cooperação estratégica [entre Governo e media] assenta no respeito pelos direitos de liberdade de expressão e de imprensa e nos superiores princípios como os da não ingerência, não subordinação e respeito mútuo".

Ao sublinhar que aqueles direitos estão "plasmados" na Lei Básica, a mini-constituição da Região Administrativa Especial chinesa, o porta-voz do Governo de Macau considerou que o "seu exercício pleno, enquadrado no respeito pelos restantes direitos e deveres legalmente consagrados, são essenciais à consolidação da cidadania".

"Por isso, não desenvolvemos qualquer atividade nem alimentamos quaisquer pretensões de interferência editorial e ou de desrespeito pela diversidade e pelo pluralismo de conteúdos e de produção", afirmou, realçando que "uma imprensa livre e uma opinião pública informada são apontados como indicadores de uma sociedade desenvolvida".

Tam dirigiu uma "palavra de agradecimento e de estímulo" aos media locais "pelo que têm feito, pelos alertas, opiniões, mas também pela denúncia das injustiças", considerando que a "seriedade e o profissionalismo com que encaram o exercício da profissão ajudam a criar uma sociedade melhor e tornam o [seu] papel insubstituível".

Ao reconhecer que a "sociedade em que vivemos reclama, e com inteira justiça, o direito a mais e melhor informação", o responsável considera que este é um desafio "não apenas para o Governo, mas também para os media".

Alexis Tam lembrou que o sistema de porta-voz do Governo local foi implementado há cerca de ano e meio, tendo implicado "uma mudança do paradigma de como a comunicação era entendida", contribuindo para uma "maior facilidade de contacto" e "maior igualdade no respeito pelas duas línguas oficiais, o chinês e o português".

"Estamos conscientes, todavia, de que há margem para melhoria", acrescentou.

Dezenas de profissionais dos 'media', incluindo da Federação de Jornalistas de Língua Portuguesa, estão reunidos em Macau para participar no primeiro congresso de jornalistas de Macau.

Organizado pela Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau (AIPIM), o congresso inclui cinco painéis.

As tendências e os desafios globais do jornalismo "abrem" o primeiro dia de trabalhos, seguido de um debate sobre os 'media' tradicionais e novos 'media' e o papel das redes sociais, a discutir por académicos e figuras como Phil O'Sullivan, produtor executivo da CNN em Hong Kong, ou João Paulo Meneses, editor da Rádio TSF.

O terceiro painel versa, especificamente, sobre os ?media' de Macau, enquanto "Jornalismo de investigação ?versus' grupos económicos e o poder político" motiva um outro painel que tem como orador Rui Costa Pinto e José Pedro Castanheira, do Expresso, entre os convidados.

Já o último painel é subordinado aos direitos e deveres dos 'media'.

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