quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

José Eduardo dos Santos condena "veementemente" crise militar em Bissau



RTP – Lusa, com foto

O Presidente de Angola e em exercício da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), José Eduardo dos Santos, classificou a recente crise militar na Guiné-Bissau como ação "potenciadora de instabilidade" e condenou-a "veementemente".

A tomada de posição de José Eduardo dos Santos consta de uma carta enviada no final de 2011 aos seus homólogos da CPLP.

Nessa carta, José Eduardo dos Santos apelou aos militares guineenses, particularmente às chefias militares, "que se abstenham de qualquer ingerência nos assuntos políticos e respeitem a sua tutela e a ordem constitucional, assim como o Estado de Direito e os Direitos Humanos".

José Eduardo dos Santos destacou ainda a atenção que a comunidade internacional atribui à Guiné-Bissau, designadamente a iniciativa da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) na conclusão e assinatura de um Memorando de Entendimento relativo à aplicação do roteiro sobre a reforma nos setores da Defesa e Segurança, assim como o recente prolongamento pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas do mandato da missão no país (UNIOGBIS) até fevereiro de 2013.

Estes elementos "são reveladores da atenção que a comunidade internacional presta à República da Guiné-Bissau, tendo em vista a consolidação da paz e da estabilidade interna e o resgate da esperança num futuro melhor para todo o povo guineense", escreveu.

José Eduardo dos Santos reiterou, desse modo, o seu apoio à execução da reforma dos setores da Defesa e Segurança e às reformas económicas na Guiné-Bissau, que classificou como "elementos determinantes para o processo de estabilização sociopolítica" guineense e apelou aos restantes estados membros da CPLP que reafirmem o seu empenho "na promoção das boas relações de amizade, solidariedade e cooperação com a República da Guiné-Bissau".

No passado dia 26 de dezembro, a Guiné-Bissau voltou a atravessar um período conturbado, marcado pela sublevação de alguns militares e que levou os efetivos angolanos estacionados em Bissau a garantir a segurança do primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Júnior.

Da crise militar resultaram dois mortos e prisão do chefe de Estado-Maior da Armada, Américo Bubo Na Tchuto, e de outros 25 suspeitos.

O chefe de Governo disse posteriormente que o plano visava a sua eliminação física bem como do chefe das Forças Armadas, António Indjai.

Angola mantém desde 21 de março em Bissau cerca de 200 efetivos das suas forças armadas e polícia nacional, integrados na MISSANG para apoiar a reforma do setor de defesa e segurança da Guiné-Bissau.

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