SBR - Lusa
Lisboa, 12 jan (Lusa) -- A Nova Zelândia enviou hoje à agência Lusa uma informação que desmente qualquer aumento de tropas para Timor-Leste, como a cadeia australiana ABC tinha noticiado a 05 de janeiro.
Em comunicado enviado à Lusa, que reproduziu, naquele mesmo dia, a informação da ABC, Pete Coleman, chefe do gabinete de Relações Públicas e Comunicação das Forças Armadas da Nova Zelândia, afirma que "o compromisso com Timor-Leste não se alterou".
A cadeia australiana ABC noticiou a 05 de janeiro que a Nova Zelândia iria enviar mais tropas para Timor-Leste antes das eleições presidenciais e legislativas previstas para este ano.
"As Forças Armadas da Nova Zelândia não tencionam aumentar a sua presença militar em Timor-Leste, nem enviar dois helicópteros militares Iroquois para lá, como era relatado na notícia da ABC", sublinha o comunicado hoje enviado.
A contribuição da Nova Zelândia -- atualmente de 76 efetivos -- "para a ISF [força de estabilização internacional, liderada pela Austrália e que integra pessoal do Exército, da Força Aérea e da Marinha da Austrália e da Nova Zelândia], para a missão das Nações Unida e para as forças de segurança timorenses mantém-se no nível atual, para o período eleitoral de 2012", acrescenta o comunicado.
Segundo a página oficial do Ministério da Defesa australiano, a ISF integra atualmente 460 elementos, 380 dos quais das forças armadas australianas.
A ISF está em Timor-Leste desde 2006, a pedido do Governo timorense, para manter a estabilidade e garantir a segurança, e apoiar a missão das Nações Unidas no território, mas nem sempre as relações entre as forças internacionais e as autoridades locais têm sido pacíficas.
Em abril, o Presidente timorense, José Ramos-Horta, disse que a recomendação do instituto australiano para a política estratégica (ASPI), num relatório, no sentido de uma permanência militar internacional em Timor-Leste até 2020, "não corresponde aos desejos de Timor-Leste". O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, afirmou também que o objetivo é que a ISF termine a sua presença ainda este ano.
No seguimento destas declarações, o ministro da Defesa australiano, Stephen Smith, remeteu a avaliação de uma retirada das tropas de Timor-Leste para depois das eleições e em acordo com o Governo de Díli.
Recentemente, o Ministério da Defesa australiano anunciou uma reestruturação das Forças Armadas, o Plano Beersheba, que mantém o foco nas operações militares de estabilização em Timor-Leste e nas ilhas Salomão.
O mandato da Missão das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT), que integra 140 militares da portuguesa Guarda Nacional Republicana, vigora até final de 2012.
Em declarações à agência Lusa no início de janeiro, o porta-voz da GNR, tenente-coronel Costa Lima, disse que "não é expetável que haja alteração quantitativa ao contingente presente em Timor-Leste até ao final da missão da ONU".
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