Paulo Alexandre Amaral, RTP – 13.01.12 - foto Lusa
Rafael Marques diz que há razões sólidas para a destituição do Presidente Eduardo dos Santos
Num texto publicado no Semanário Angolense, Tchizé confrontava em 2008 Dog Murras devido a uma canção em que o músico daria uma imagem má do país – a letra apontava em particular a discrepância entre ricos e pobres (“Angola do petróleo, do diamante e muita madeira/ Angola do paludismo, febre tifoide e muita diarreia… Angola dos herdeiros que não fazem nada e têm bwé da massa/Angola do kota honesto que bumba bwé e não vê nada…”)
Mas este não é o único caso em que Rafael Marques confronta a filha do Presidente Angolano. O “Público” aponta um depoimento do jornalista e ativista, esta semana, num processo em Lisboa relativo a “branqueamento de capitais” envolvendo vários dirigentes angolanos: Tchizé está nesta lista.
O Orçamento do Estado angolano contempla este ano mais de 30 milhões de euros para a promoção internacional do país, uma verba que vai diretamente para uma empresa controlada por dois dos filhos do Presidente Eduardo dos Santos: a Semba Comunicação. A denúncia surgiu ontem no blogue do jornalista Rafael Marques, que aponta como “responsabilidade principal” da empresa a melhoria da imagem do regime. Diz o também ativista político que há razões sólidas para a destituição do Presidente.
Os alvos da campanha pela imagem de Angola são preferencialmente a cadeia americana CNN (17 milhões de dólares) e a o canal internacional da televisão estatal angolana, a TPA (31 mlhões de dólares).
De acordo com Rafael Marques, a Semba, que tem à cabeça os filhos do Presidente Welwitschea “Tchizé” e José Paulino dos Santos, terá desde a sua criação em 2006 esse monopólio da promoção de uma Angola “moderna, com bom governo e prosperidade”.
De acordo com Rafael Marques, a Semba, que tem à cabeça os filhos do Presidente Welwitschea “Tchizé” e José Paulino dos Santos, terá desde a sua criação em 2006 esse monopólio da promoção de uma Angola “moderna, com bom governo e prosperidade”.
O texto de Rafael Marque é recuperado nas páginas da edição de hoje do “Público”, que ouviu o jornalista angolano a propósito da denúncia: “O que não se sabia antes é que o dinheiro para divulgação junto da CNN passava pelos filhos [de Eduardo dos Santos]”.
A estas verbas, acrescenta-se, a Semba Comunicação encaixa ainda “verbas da rubrica de assessoria e consultoria em programas televisivos do orçamento do Ministério da Comunicação Social”.
Rede de relações estende-se na “família” dos Santos
A estas verbas, acrescenta-se, a Semba Comunicação encaixa ainda “verbas da rubrica de assessoria e consultoria em programas televisivos do orçamento do Ministério da Comunicação Social”.
Rede de relações estende-se na “família” dos Santos
À semelhança de Welwitschea e José Paulino, um terceiro sócio da Semba é também filho da ex-mulher do Presidente Maria Luísa Perdigão Abrantes, mas de outro casamento desta. Por outro lado, Maria Luísa Perdigão Abrantes é presidente da ANIP (Agência Nacional de Investimento Privado), uma das entidades que beneficia dos serviços da Semba Comunicação.
Atualmente corre uma parceria com a campanha “Angola Eu Acredito/ Angola I Believe”, depois de um primeiro produto conjunto para a CNN International “Angola, Grow With Us”.
Atualmente corre uma parceria com a campanha “Angola Eu Acredito/ Angola I Believe”, depois de um primeiro produto conjunto para a CNN International “Angola, Grow With Us”.
Ainda de acordo com o “Público”, o site “Club-K” avançou no ano passado com a informação de que a subcontratação da Semba para a gestão da imagem de Angola esteve a cargo do GRECIA ( Grupo de Revitalização e Execução da Comunicação Institucional da Administração), criado pelo próprio Presidente Eduardo dos Santos com a dotação de um orçamento anual de mais de 39 milhões de euros (50 milhões de dólares).
Neste sentido, considera Rafael Marques, à luz da lei o Presidente de Angola “incorre em crime de corrupção por favorecimento dos seus filhos em negócio direto com a Presidência”, podendo “ser destituído por crimes de suborno, peculato e corrupção”. Maria Luísa Perdigão Abrantes, prossegue o jornalista, incorre nas mesmas penas.
Neste sentido, considera Rafael Marques, à luz da lei o Presidente de Angola “incorre em crime de corrupção por favorecimento dos seus filhos em negócio direto com a Presidência”, podendo “ser destituído por crimes de suborno, peculato e corrupção”. Maria Luísa Perdigão Abrantes, prossegue o jornalista, incorre nas mesmas penas.
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