segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Criado como festa da desordem, carnaval é hoje espaço de campanhas de cidadania



Fabiane Roque, Agência Lusa – Diário de Notícias

Festa criada em reverência à desordem, o carnaval tem-se mostrado nos últimos anos um espaço disputado para a realização de campanhas públicas de consciencialização em temas de saúde, política e cidadania.

Tradicionalmente, o governo brasileiro faz um investimento "pesado" nesta época do ano na sua campanha contra a SIDA, com a distribuição de milhões de preservativos durante as festas carnavalescas.

Para o carnaval deste ano, foram distribuídos 70 milhões de preservativos em todo o território nacional, segundo o Ministério da Saúde.

Já o Estado do Rio de Janeiro, que nos últimos anos tem atraído um número crescente de jovens turistas homossexuais - muito mais dispostos a gastar do que os demais - também passou a investir em cartazes e panfletos com mensagens contra a homofobia.

Este ano, o Estado dedicou maior atenção à causa dos travestis, com o slogan "Por trás da fantasia, todo mundo é igual". A medida conta ainda com cartilhas educativas com informações sobre os direitos dos homossexuais.

Com o mesmo intuito, as autoridades locais também "pegaram uma boleia" nas festas carnavalescas para tentar modificar a previsão de que o Rio de Janeiro viverá este verão (inverno, no hemisfério norte) a sua pior epidemia de dengue.

Durante os festejos, agentes da Prefeitura (autarquia) chamam a atenção para a responsabilidade de cada morador em evitar a proliferação do mosquito transmissor da doença, que precisa de águas estagnadas para se reproduzir.

A intenção é mostrar que qualquer um pode ajudar a evitar a proliferação da doença, tampando as caixas de água e retirando água de vasos de jardins.

Já a Operação Lei Seca, que funciona durante todo o ano com o intuito de surpreender condutores alcoolizados, também aproveita o período de carnaval para fazer campanhas preventivas.

Neste domingo, a consciencialização da importância de não aliar álcool e condução foi feita durante a concentração do bloco "Bangalafumenga", com agentes fantasiados.

Um balão de ar quente, com o slogan da campanha, também promove passeios nos bairros próximos da praia.

Ainda mais efetivo do que os cartazes e brindes distribuídos com avisos sobre a condução perigosa, será o discurso de vítimas de paraplegia em cadeiras de rodas, num "stand" da Lei Seca, montado no Sambódromo, na Marquês de Sapucaí.

Homens e mulheres que sofreram algum tipo de paralisia após um acidente automóvel, ajudam o Estado a consciencializar a população, contando as suas histórias.

"Estamos fazendo esta campanha com os 'homens-balão' [agentes que fazem teste do balão] e com os 'cadeirantes' [utilizadores de cadeiras de rodas] na Marques de Sapucaí, para lembrar que também, em momento de comemoração e da alegria, como é o carnaval, é preciso se preocupar em voltar para casa com segurança", declarou o coordenador da Operação Lei Seca, Marco Andrade.

As campanhas não surgem por acaso, nem escolhem o carnaval aleatoriamente. O Brasil está entre os países que mais registam acidentes de automóvel, com uma média anual aproximada de cerca de 40 mil mortos.

O período de carnaval figura entre as épocas com maior número de acidentes, no Brasil.

1 comentário:

Anónimo disse...

O que é que essa porcaria de imagem tem a ver com o Brasil?

Um sujeito ridiculamente trajado com uma roupa que lembra os antigos uniformes de presidiários e uma ... PROSTITUTA? É isso? Pensando bem, tem tudo a ver !!!

E digo mais: o governo brasileiro acha que durante o carnaval O MEU POVO ENTRA NO CIO? 70 MILHÕES DE CAMISINHAS? Essa "campanha de conscientização" faz a alegria de fabricantes de preservativos da Ásia, já que ELA NÃO É FEITA COM PRODUTO DE FABRICAÇÃO NACIONAL.

Mais lidas da semana