terça-feira, 27 de março de 2012

Banco Mundial: China exige uma voz mais forte das economias emergentes



RBV - Lusa

Pequim, 26 mar (Lusa) -- A China exigiu hoje que a "voz dos países em vias de desenvolvimento" deve ser ouvida na escolha do novo presidente do Banco Mundial (BM), quando crescem os apelos para o fim do domínio norte-americano na instituição.

No mês passado, o atual presidente do BM, Robert Zoellick, anunciou a saída da instituição quando terminar o mandato de cinco anos, a 30 de junho.

Na corrida à liderança estão três candidatos, incluindo dois não americanos, no que é o primeiro desafio ao monopólio norte-americano na presidência do banco.

"O líder do BM e de outras instituições financeiras devia ser selecionado com base nos princípios da justiça, abertura e transparência", disse, em comunicado, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Hong Lei.

"A voz dos países em vias de desenvolvimento devia ser ouvida, para assegurar a representatividade desses países em vias de desenvolvimento no BM e em outras instituições financeiras internacionais", acrescentou.

O conselho de administração do BM vai entrevistar, nas próximas semanas, os três candidatos, e deverá escolher, "por consenso", o novo presidente no próximo mês. Os Estados Unidos detêm a maioria dos votos na instituição.

Os candidatos são Jim Yong Kim, dos Estados Unidos, atual presidente da Universidade de Dartmouth, o colombiano Jose Antonio Ocampo, professor na universidade de Columbia (EUA), e o ministro das Finanças da Nigéria, Ngozi Okonjo-Iweala.

Graças a um acordo tácito, na altura da criação do BM e do Fundo Monetário Internacional (FMI), há quase 70 anos, os 11 presidentes do banco sempre foram norte-americanos e os do fundo sempre foram europeus.

Cada vez mais economias emergentes e organizações não-governamentais estão a fazer pressão para que este pacto acabe, e as escolhas passem a refletir as relações de poder atuais na economia global.

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