Manuel António Pina – Jornal de Notícias, opinião
Jornais, TVs e Net noticiaram por estes dias o espancamento por agentes da PSP, documentado com imagens que correram mundo, de pessoas que exerciam o seu direito à greve e à manifestação e de jornalistas que exerciam o seu direito de informar.
Muitas de tais notícias tão só repetiam as de há quatro meses, quando da greve geral de 24 de Novembro, dando conta, com numerosos testemunhos (e de novo imagens, malditos telemóveis!), de que a violência terá então tido origem na acção de agentes provocadores infiltrados pela PSP entre os manifestantes, actuação proibida por lei e confirmada ao "i" por um agente do Corpo de Intervenção que, prudentemente, pediu o anonimato.
O Relatório de Actividades da PSP, ontem conhecido e ainda subscrito pelo famoso director-geral que avisou o país de que "nós não andamos com bastões, nem com pistolas, nem com algemas, nem com escudos e etc. para mostrar que temos aquele equipamento...", preconiza agora a análise das notícias dos media e a adopção de "estratégias de combate às menos positivas". Não constando que o Relatório se mostre preocupado com a formação dos agentes da PSP em matéria de direitos humanos e de cidadania, quanto mais não seja para evitar "notícias menos positivas", é de recear que a PSP pense levar a cabo tal combate com "bastões", "pistolas", "algemas", "escudos" e, sobretudo (tenhamos medo, muito medo), com "etc.". Só o ministro Miguel Macedo o sabe.
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