Luanda – A população do Timor-Leste “não tem, de facto,” nenhum receio de que venha ocorrer actos de violência “antes, durante ou mesmo depois da realização da segunda volta” das eleições presidenciais naquele país, apesar dos dois candidatos serem ex-militares.
A afirmação foi feita terça-feira, em Luanda, pelo Encarregado de Negócios da embaixada do Timor-Leste em Angola, José Luís Lopes da Cruz, em entrevista à Angop, a propósito da segunda volta das eleições presidenciais no país asiático, membro da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
“Como aconteceu na primeira volta, no dia 16 de Abril (próximo) a votação vai correr com tranquilidade, porque os timorenses sabem que as rivalidades entre eles não os ajuda alcançar o desenvolvimento que pretendem”, sublinhou José Luís da Cruz.
Disputam a segunda volta das presidenciais timorenses Francisco Guterres "Lulu Olo" que recebeu no primeiro turno 28,76 por cento dos votos e Taur Matan Ruak que ficou pelos 25,71 por cento de apoio. Ambos candidatos são antigos guerrilheiros da resistência armada contra a ocupação indonésia.
Para o representante diplomático timorense em Angola, apesar dos dois terem esse passado militar “não existe nenhuma possibilidade de que durante a campanha e mesmo no decorrer da votação haja algum problema”.
Como demonstração de que a campanha da segunda volta vai “decorrer de forma ordeira”, José Luís da Cruz socorreu-se de um episódio registado no primeiro turno, quando as passeatas dos dois candidatos se cruzaram no mesmo local, em Dili, mas sem se ter registado nenhum confronto.
Por outro lado, o diplomata evitou vaticinar o nome do vencedor da segunda volta, afirmando apenas que “pelos programas eleitorais que ambos apresentaram durante a campanha, qualquer um deles está comprometido com o desenvolvimento do Timor-Leste”.
Os resultados da primeira volta das eleições presidenciais deram vitória a Francisco Guterres Lu Olo apoiado pela Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (FRETILIN, de que é presidente), ficando em segundo lugar Taur Matan Ruak, ex-chefe das Forças Armadas, apoiado pelo Conselho Nacional da Reconstrução de Timor-Leste, do primeiro-ministro, Xanana Gusmão.
Por nenhum dos candidatos ter atingido 51 por cento dos votos, como exige a constituição, Francisco Guterres Lu Olo e Taur Matan Ruak, ambos com passado guerrilheiro, vão disputar a segunda volta do pleito presidencial, no próximo dia 16 de Março.
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