Orlando Castro*, jornalista – Alto Hama*
Em média, os trabalhadores portugueses ganham cerca de metade (55%) do que ganham os trabalhadores dos restantes 27 países da União Europeia.
Apesar disso, os gestores portugueses recebem, em média, mais 32% do que os gestores norte-americanos; mais 22,5% do que os gestores franceses; mais 55% do que os gestores finlandeses e mais 56,5% do que os gestores suecos.
Apenas um exemplo de como vai o reino lusitano. O presidente da Caixa Geral de Depósitos, banco do Estado, Faria de Oliveira, ganha mais na CGD do que Christine Lagarde no Fundo Monetário Internacional.
Remuneração base: 371.000,00 €, prémio de gestão: 155.184,00 €, gastos de utilização do telefone: 1.625,47€, renda de viatura: 26.555,23 €, combustível: 2.803, 02 €, subsídio de refeição: 2.714,10 €, subsídio diário de deslocação: 104, 00 €, despesas de representação: não quantificadas (mas no cartão de crédito são contempladas as “despesas correntes de actividade” devidamente comprovadas com facturas e comprovativos de movimento).
A nova directora do FMI, Christine Lagarde, vai ter um rendimento anual líquido de 323 mil euros, a que se somam 58 mil euros para gastar em despesas, o que representa mais 10% do que o seu antecessor, Dominique Strauss-Kahn.
O total de 381 mil euros anuais que Lagarde vai receber (salário mais despesas) é um aumento de 11% relativamente ao que recebia Dominique Strauss-Kahn, o ex-director da instituição.
Mas a casta superior tem muitos outros protagonistas, como são os casos de Joaquim Pina Moura, Jorge Coelho, Armando Vara, Manuel Dias Loureiro, Fernando Gomes, António Vitorino, Luís Parreirão, José Penedos, Luís Mira Amaral, António Mexia, António Castro Guerra, Joaquim Ferreira do Amaral, Filipe Baptista, Ascenso Simões, Duarte Lima.
Ou até mesmo Cavaco Silva que, em termos vitalícios, só tem direito a 4.152 euros do Banco de Portugal, a 2.328 euros da Universidade Nova de Lisboa e a 2.876 euros de primeiro-ministro.
É claro que Portugal também tem 1.200 mil desempregados, 20% de miseráveis e outros 20% de semimiseráveis, mas esses são aqueles escravos que têm obrigatoriamente de trabalhar para os seus… senhores!
* Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.
Título anterior do autor, compilado em Página Global: SEJA FEITA A VOSSA VONTADE!
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