sexta-feira, 20 de abril de 2012

Angola: UNITA preocupada com ausência de observadores europeus para eleições



EL - Lusa

Luanda, 19 abr (Lusa) - A UNITA manifestou hoje ao Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, preocupação com a ausência de observadores para as eleições gerais de setembro, disse, em Luanda, o líder da UNITA, maior partido da oposição angolano.

Isaías Samakuva, que falava à imprensa no final de um encontro de cerca de uma hora com José Manuel Durão Barroso, acrescentou que a União Europeia (UE) alegou "insuficiência de recursos financeiros" para o envio de observadores a Angola.

"Foi o ponto mais importante que levantámos. Exprimimos a nossa preocupação, uma vez que vemos observadores a ir para toda a parte do Mundo, menos para Angola", disse Isaías Samakuva.

O líder da UNITA salientou que, já nas eleições de 1992, Angola não teve o devido acompanhamento de observadores, e deu como exemplo a vizinha Namíbia, país menos populoso, que recebeu cerca de 1.500 observadores, enquanto para Angola foram, na ocasião, apenas pouco mais de 300.

"Estamos agora em 2012 e o que nos estão a dizer é que a União Europeia não vai enviar observadores. É uma preocupação muito grande e, naturalmente, esperamos que essa decisão seja revogada", manifestou.

Quanto à resposta de Durão Barroso, Isaías Samakuva disse que o Presidente da Comissão Europeia alegou "insuficiência de recursos financeiros".

"Disse que vêm peritos acompanhar o processo. Não há recursos financeiros suficientes para mandar observadores, mas que vão acompanhar de perto a situação das eleições em Angola, já que é um país que interessa à União Europeia", acrescentou.

Além do processo eleitoral, Samakuva sublinhou ter falado com Durão Barroso sobre o processo de paz angolano e do processo democrático em curso.

"Penso que foi um encontro útil, uma vez que tivemos ocasião de apresentar os nossos pontos de vista sobre aquilo que se está a passar no país", destacou.

Antes, Durão Barroso esteve reunido, à porta fechada, com representantes da sociedade civil, entre as quais dirigentes de organizações que têm protagonizado apoio a ações de contestação ao regime angolano, designadamente a OMUNGA, sedeada em Benguela, e a Associação de Justiça, Paz e Democracia (AJPD).

Estiveram ainda presentes neste encontro a presidente do Sindicato de Jornalistas angolano, Luísa Rogério, e o diretor de informação da Rádio Ecclesia, padre Quintino Kandanji.

Na agenda deste primeiro dia da sua visita oficial de dois dias a Angola, a primeira de um Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso presidiu à cerimónia de assinatura de seis contratos com várias organizações da sociedade civil, que não participaram no encontro à porta fechada, para o apoio a ações no âmbito do contexto eleitoral, cujo montante totaliza 1,2 milhões de euros).

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