Deutche Welle
A três dias do primeiro turno das eleições presidencias na França, pesquisa mostra François Hollande à frente de Nicolas Sarkozy tanto no primeiro quanto no segundo turno.
Nicolas Sarkozy chega à primeira rodada da disputa pela reeleição como o presidente mais impopular da história da França. Ele vai enfrentar outros nove candidatos no próximo domingo (22/04) com uma taxa de aprovação de 36%, revelou uma pesquisa feita pelo jornal Le Journal Du Dimanche.
De fato, o maior adversário do presidente francês é François Hollande, candidato do Partido Socialista. Pesquisas de opinião mostram Hollande um pouco à frente de Sarkozy no primeiro turno, com 27% a 29% dos votos, contra 24% a 28% para Sarkozy.
Por outro lado, no segundo turno, marcado para 6 de maio, o socialista venceria facilmente o presidente que concorre à reeleição, ficando com mais de 52% dos votos, indicam as sondagens.
"Imaginar que a eleição esteja ganha seria um erro político, e até um erro moral", comentou Hollande em entrevista a um jornal francês. Ele pode ser o segundo represente socialista a assumir a presidência da França. O primeiro foi François Mitterrand, que cumpriu dois mandatos entre 1981 e 1997.
Candidatos e propostas
Hollande é tido como o favorito. O socialista, 57 anos, perdeu 15 quilos desde o início da campanha e diz que "não pode falhar". Ele promete criar 60 mil vagas de emprego e elevar para 75% a alíquota de imposto sobre os salários superiores a um milhão de euros.
Sarkozy, da União por um Movimento Popular (UMP), se comprometeu a reduzir o déficit do orçamento público, que chega a 1,7 trilhão de euros – ou 5,2% do Produto Interno Bruto – e a tornar o mercado de trabalho francês mais competitivo. O presidente quer diminuir o número de imigrantes que chegam ao país anualmente dos cerca de 180 mil atuais para 80 mil. Após os ataques terroristas em Toulouse e Mantauban, Sarkozy também prometeu medidas mais duras contra extremistas islâmicos.
A chefe do partido Frente Nacional, Marine Le Pen, de extrema direita, aparece em terceiro lugar na disputa, com 17% da preferência dos eleitores. Ela conduz a campanha abordando os temas centrais do partido, que são imigração e segurança. Le Pen defende que a França abandone a zona do euro e crie mais barreiras tarifárias.
Jean-Luc Melenchon, da esquerda, é a grande surpresa da campanha – pesquisas indicam que ele receberá entre 13% e 15% dos votos. Ele também é crítico da União Europeia, defende a legalização dos imigrantes clandestinos, elevar os gastos com benefícios sociais e o aumento do salário mínimo.
François Bayrou, de centro-direita, tem 9,5% das intenções de votos. Os demais candidatos, Eva Joly, Nicolas Dupont-Aignan, Philippe Poutou, Nathalie Arthaud e Jacques Cheminade aparecem nas pesquisas com menos de 5%.
A missão do ganhador
Quem vencer as eleições presidenciais terá a complexa tarefa de, nos próximos cinco anos, acalmar eleitores e mercados que temem que a França seja o próximo país da zona do euro com uma grave crise da dívida.
Hollande, inclusive, afirmou que, se vencer, um dos seus primeiros atos como chefe será renegociar o pacto de disciplina fiscal cunhado por Angela Merkel e Sarkozy e incluir um capítulo que aborde crescimento e emprego.
NP/dpa/afp/dapd - Revisão: Roselaine Wandscheer
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