FP - Lusa
Bissau, 13 abr (Lusa) - Os militares guineenses que protagonizaram na sexta-feira um levantamento militar querem "uma saída política para a crise" para o "poder não cair na rua", garantiu hoje Dabana Na Walna, porta-voz do Estado Maior das Forças Armadas.
O responsável falava após uma reunião com partidos políticos guineenses, explicando depois aos jornalistas que o "rosto do levantamento é o Estado Maior" e que o mesmo levantamento foi dirigido por um grupo intitulado de "Comando Militar".
"O Estado Maior General das Forças Armadas entendeu que o poder não pode cair na rua e resolveu ele próprio assumir a busca da solução política para ultrapassar a crise. É nesta qualidade, de porta-voz do Estado Maior General das Forças Armadas, que falo aqui", disse Da Walna após o encontro com os representantes dos partidos políticos.
O responsável explicou depois que "o que aconteceu ontem [quinta-feira] foi um levantamento militar que depôs o Presidente da República Interino e o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior".
"Tudo começou através de um clima de mal-estar que começou desde a chegada dos primeiros armamentos da Missang (força militar angolana) a Bissau, passando por várias etapas até chegar ao momento em que embaixador de Angola teve a veleidade de ir ao Estado Maior General e acusar o Chefe do Estado Maior diretamente de estar a preparar um golpe de Estado", explicou o porta-voz.
Acrescentando que "o clima de mal-estar se arrastou", envolvendo o governo e as Forças Armadas, o tenente-coronel Na Walna adiantou: "Depois recebemos notícias de que há, e temos informações fidedignas, um plano secreto escrito em que o governo da Guiné solicita, através de Angola, a intervenção das forças estrangeiras aqui".
"Tudo isso acabou por precipitar os acontecimentos que se deram ontem [quinta-feira]. E agora estamos à procura de uma saída política para esta crise", disse, acrescentando que ainda não há propostas concretas.
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