CLI/JSD - Lusa
Cidade da Praia, 24 abr (Lusa) - O presidente cabo-verdiano disse hoje que a cimeira extraordinária da CEDEAO, marcada para quinta-feira em Abidjan, "deverá permitir encontrar as soluções práticas" para que a Guiné-Bissau possa encontrar o caminho da estabilidade política.
Jorge Carlos Fonseca, que estará na reunião, adiantou que o objetivo da cimeira da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) é encontrar "soluções táticas", com base nas resoluções tomadas por outras organizações internacionais, para que a Guiné-Bissau possa descobrir caminhos para a sua estabilidade política e para a retoma do processo da democracia.
"Vamos tentar encontrar caminhos práticos e realísticos para que alguns princípios sejam tomadas em conta no que respeita à não existência de soluções que constituam legitimação de golpes de estado. Nos tempos que correm não faz sentido que a Guiné-Bissau esteja sempre em situação de instabilidade", realçou.
"Este é o ponto de princípio que iremos levar à CEDEAO, mas vamos ouvir. Teremos relatórios sobre o diálogo que tem havido com os políticos e as forças envolvidas no golpe na Guiné-Bissau. Mas o ponto de partida é que as instituições devem funcionar com critérios de legitimação e o único critério de legitimação na democracia é a vontade popular", salientou.
Segundo Jorge Carlos Fonseca, os golpes de Estado não são admissíveis no quadro de instituições que estabilizam por valores e princípios de liberdade, de legalidade, do respeito pelo direito e de instituições constitucionalmente autorizadas.
O presidente cabo-verdiano reafirmou que o arquipélago participará em todas as iniciativas com vista à normalização da situação na Guiné-Bissau, "na medida das suas possibilidades".
Cabo Verde juntou, desde a primeira hora, a voz de "firme condenação" do golpe de Estado à da comunidade internacional, com as Nações Unidas e União Europeia (UE) a ameaçarem com sanções personalizadas ou individuais caso os golpistas se recusem a repor a normalidade constitucional e a libertarem os dirigentes detidos desde então.
Entre eles figuram o Presidente interino, Raimundo Pereira, bem como Carlos Gomes Júnior, candidato presidencial vencedor da primeira volta das eleições presidenciais de 18 de março, primeiro-ministro e até então e líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
No fim-de-semana, Jorge Borges, ministro das Relações Exteriores cabo-verdiano, que estará também presente na Cimeira, foi portador de uma mensagem de Jorge Carlos Fonseca ao novo Presidente do Senegal, Macky Sall, cujo conteúdo não foi revelado.
Fonte diplomática cabo-verdiana disse, entretanto, à agência Lusa que Macky Sall, na audiência a Jorge Borges, se mostrou "bastante preocupado" com a crise na Guiné-Bissau, país com quem tem fronteira, juntando no rol das preocupações a situação pós-golpe no vizinho Mali.
Segundo a fonte, no encontro foi debatida também a questão da necessidade de uma maior aproximação de posições entre a CEDEAO e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), sobretudo depois de os "oito" terem sido arredados das conversações com o Comando Militar golpista.
1 comentário:
"(...) A crise política na Guiné-Bissau resulta de um conflito etnico, de um conflito entre guineenses genuínos e os alógenos, nomeadamente os cabo-verdianos. O MPLA que impor um alógeno cabo-verdiano para presidente da República de Guiné-Bissau e os guineenses, filho da terra, rejeitam", disse o deputado Makuta Nkondo da UNITA à Voz de América aqui.
Devo só lembrar a este Makuta Nkondo que Cabo Verde e cabo-verdianos já têm o seu presidente que não está no poder há menos de um anos(e não 33 anos), foi eleito democraticamente e nem temos colonizado outro país como acontece com Cabinda. É melhor ver se em Angola acontece o mesmo.
http://mrvadaz.blogspot.pt/2012/04/angolano-racista-e-makuta-nkondo.html
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