JSD - Lusa
São Filipe, Cabo Verde, 03 abr (Lusa) - Os cafeicultores da ilha cabo-verdiana do Fogo calculam que a produção de 2012 deverá situar-se entre as 40 e 50 toneladas, ligeiramente inferior à produção do ano passado.
Em declarações à Inforpress, vários produtores das zonas baixas da "ilha do vulcão" afirmaram que, em 2011, houve uma boa produção, mas que este ano foi fraca, contrariamente ao que aconteceu nas zonas mais altas.
A idade das plantas, problemas relacionados com a queda das chuvas, deficiência na colheita do café, falta de poda e de limpeza dos campos são algumas razões que consideram estar na base dessa baixa na produção do café.
Os cafeicultores apontam, porém, a deficiência na apanha do café como razão de fundo para a má produção, uma vez que, defendem, se durante a colheita os 'apanhadores' "maltratarem as plantas", sobretudo as brotas, tal terá reflexo no ano seguinte.
"O problema maior está na colheita. Temos de criar especialistas, através de estágios. Há ainda que mudar o sistema de pagamento, porque quem fica prejudicado com o atual sistema de colheita é o proprietário", afirmou Artur Barbosa, cafeicultor, lembrando que o apanhador de café recebe 400 escudos (3,62 euros) por cada 40 litros.
Sebastião Alves, responsável da subdelegação dos Mosteiros do Ministério do Desenvolvimento Rural (MDR) cabo-verdiano, afirmou que, na produção do café, "há sempre safra e contra safra", o que significa que, quando há um ano bom, a tendência é para, no ano seguinte, se registar menor produção.
Pelo menos 50 por cento da produção está a ser adquirida pela empresa Fogo Coffee Spirit Limitada, uma "joint venture" constituída pela empresa holandesa Trabocca, com 51 por cento, Casa Rodrigo, 44 por cento, e Associação dos Produtores de Café - Pro-café, com 5 por cento, que terá como destino a Holanda.
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