terça-feira, 15 de maio de 2012

Guiné-Bissau: Operação militar portuguesa custou quase seis milhões de euros



i online - Lusa

A operação militar "Manatim" para o eventual resgate de cidadãos portugueses da Guiné-Bissau teve um custo de 5,7 milhões de euros, segundo dados oficiais a que a agência Lusa teve acesso.

No total, o envio da Força de Reação Imediata (FRI) portuguesa para a costa ocidental africana envolveu 1028 militares (684 no exterior e 344 em Portugal), quatro meios navais (duas fragatas, uma corveta e um reabastecedor) e dois meios aéreos.

O relatório apresentado aos deputados pelo ministro da Defesa, que está a ser ouvido à porta fechada na comissão parlamentar, aponta a Marinha como o ramo com mais gastos nesta operação (4,3 milhões de euros), seguida da Força Aérea (957 mil euros).

O Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA) teve uma despesa de quase 400 mil euros e o Exército de 67 mil euros.

Os mais de 5 milhões de euros gastos na "Operação Manatim" serão essencialmente acomodados pelos ramos com o cancelamento de exercícios de treino previstos para 2012.

"O montante que não for possível acomodar pelos ramos será acomodado pelo Ministério da Defesa com reforço das verbas para as Forças Nacionais Destacadas (FND)", refere o documento.

A FRI partiu a 15 de abril para a costa ocidental de África e esteve em operação cerca de três semanas, tendo iniciado o regresso a Portugal (fase de retração) a 4 de maio, sem que tivesse havido resgate de cidadãos portugueses na Guiné-Bissau.

Na altura, o Ministério da Defesa disse ter tido em conta "as condições de segurança da comunidade portuguesa na Guiné-Bissau" e a situação de "abertura das fronteiras terrestres, marítimas e aéreas que tem permitido um fluxo normal de entradas e saídas do território".

O ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, estará hoje na Base Naval do Alfeite ao fim da tarde para receber alguns dos meios navais envolvidos nesta operação militar.

1 comentário:

Anónimo disse...

SAPATEIRO NÃO PODE TOCAR RABECÃO!

Ficou patente que a avaliação de riscos privilegiou conceitos conservadores, intimamente associados ao carácter do actual governo português.

A avaliação de riscos manifestou-se desajustada à realidade, com insuficiências gritantes em termos de capacidade de inteligência, o que provocou o cancelamento da operação quando os meios estavam há duas semanas na região.

Portugal evitou ligação à força francesa que normalmente estaciona no Senegal, na Costa do Marfim, nos Camarões e no Gabão, uma ligação que provavelmente implicaria outra afirmação geo estrategica, mais eficaz e menos onerosa, tendo em conta os objectivos enunciados, sobre os quais se avolumam as dúvidas.

Esse facto quer dizer que o objectivo enunciado não correespondia ao verdadeiro objectivo.

Quando assim é, o fiasco está a um passo: "sapateiro não pode tocar rabecão"!

Martinho Júnior.

Luanda.

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