sexta-feira, 22 de junho de 2012

PR autorizou passagem à reforma de almirante Mendes de Carvalho, candidato da oposição



EL - Lusa

Luanda, 22 jun (Lusa) - O Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, já autorizou a passagem à reforma do almirante Mendes de Carvalho, candidato de um partido da oposição nas próximas eleições gerais em Angola, disse hoje à Lusa fonte partidária.

"A informação foi dada hoje de manhã, e o documento entregue pessoalmente, pelo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas (FAA), general Sachipengo Nunda", disse à Lusa fonte da direção política da Convergência Ampla de Salvação de Angola-Coligação Eleitoral (CASA-CE).

Na quinta-feira, o líder da CASA-CE, e antigo delfim de Jonas Savimbi, Abel Chivukuvuku, exigiu em conferência de imprensa que José Eduardo dos Santos, na qualidade de Comandante-em-Chefe das FAA, deferisse sem demoras o pedido de passagem à reforma apresentado há cerca de três semanas pelo almirante André Gaspar Mendes de Carvalho.

O agora oficial na reforma é o candidato da CASA-CE à Presidência da República, ao lado de Abel Chivukuvuku.

Na ocasião, Chivukuvuku teceu duras críticas ao que considerou ser uma situação de "dois pesos e duas medidas", porquanto o MPLA, partido no poder e liderado por José Eduardo dos Santos, terá nas suas listas de candidatos a deputados militares cuja passagem à reforma nunca foi divulgada publicamente.

A indicação do almirante André Gaspar Mendes de Carvalho como candidato da CASA-CE a vice-PR constituiu a maior surpresa até agora no período pré-eleitoral em Angola.

Militar prestigiado e respeitado nas FAA, é filho do escritor Uanhenga Xitu, nome em Kimbundu de Agostinho André Mendes de Carvalho, um dos mais reputados nacionalistas angolanos que, ao serviço do MPLA, foi ministro da Saúde e deputado.

A fonte partidária contactada pela Lusa acrescentou que a coligação deverá divulgar, nas próximas horas, um comunicado acerca da passagem de Mendes de Carvalho à reforma.

Angola vai a votos no próximo dia 31 de agosto, para eleger 220 deputados, 130 dos quais serão eleitos na lista pelo círculo nacional, devendo os dois primeiros nomes da referida lista corresponder aos futuros Presidente e Vice-Presidente da República, conforme estipula a nova Constituição angolana.

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