segunda-feira, 4 de junho de 2012

QUEM QUER ASSASSINAR O DIRIGENTE DA FRETILIN, MARI ALKATIRI?



António Veríssimo

Há algum tempo que ao Página Global chegaram informações sobre a forte possibilidade de estar em preparação um cenário que incluía o atentado à vida do secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, o partido político com maior representação parlamentar em Timor-Leste. 

Por razões de compromisso com as fontes da informação não abordámos nesse tempo o assunto, apesar de considerarmos muito importante avançar com a denúncia. A palavra dada teve de ser respeitada. Este é o momento de denunciarmos o acordado com as nossas fontes por razão de tal cenário ter sido tornado público através do Timor Hau Nian Doben.

Podemos ler no referido Timor Hau Nian Doben composto por dois textos o seguinte:

No primeiro, em Quarta-feira, 30 de Maio de 2012

QUEM QUER MATAR MARI ALKATIRI?

Por Zizi Pedruco - THND

Em primeiro lugar gostaria de dizer aos leitores de que não pretendo levantar nenhum alarme ou o pânico com o que vou escrever. Há já algumas semanas que eu tomei conhecimento deste assunto e andei a matutar se devia, ou não, tornar público o que eu sei.

Acreditem em mim, eu não viria aqui levantar uma calúnia desta natureza, eu não escreveria o que estou a escrever se não confiasse totalmente em quem me disse, confio cegamente neste meu amigo. A minha fonte é idónea e muito honesta e NÃO É da Fretilin. Hoje, de comum acordo com a pessoa que me revelou esta notícia eu decidi que a ia tornar pública.

Mari Alkatiri, secretário-geral da Fretilin, tem sido alvo de sérias ameaças de morte nos últimos meses, o Dr. Alkatiri não sabe que eu sei e espero que não fique aborrecido por eu tornar esta notícia pública, mas a minha consciência falou mais alto. Não consegui calar mais.

Eu não conseguiria viver comigo mesmo, se algo acontecesse ao Dr. Alkatiri e eu sabendo das ameaças de morte de que ele estava a ser alvo, não as tinha denunciado aos milhares de leitores que visitam semanalmente este blogue. Acreditem que faria o mesmo por qualquer outro líder timorense, independentemente do partido a que pertencesse.

Os motivos porque querem matar Alkatiri, eu não sei, embora possa ter umas certas desconfianças, não vou especular aqui. O que é certo é que em círculos fechados em Timor Leste se ouve dizer que " o Mari não vai chegar ao fim destas eleições". Não há fumo sem fogo, como dizem.

Numa festa em Díli com empresários timorenses, um famoso magnata indonésio disse aos que lá estavam e muita gente ouviu, "Eu tenho a arma e as balas, mas quem tem a coragem de matá-lo (ao Mari)?".

Qual será a ameaça que Mari Alkatiri representa para este empresário indonésio, a ponto de ele o querer matar? Nada justifica matar, nada!

Duas importantes agências internacionais que trabalham em Timor Leste têm conhecimento de que Mari Alkatiri corre o sério risco de ser alvo de um atentado contra a sua vida, eu espero sinceramente, que tomem as medidas necessárias para protegerem o secretário-geral da Fretilin bem como a sua família.

Pensei que esta tática criminosa tivesse deixado de existir com a saída do último soldado indonésio de Timor, mas parece que não...Temos mesmo de levar estas ameaças a sério, afinal, não foi há muito tempo que Ramos Horta foi cobardemente baleado e ficou às portas da morte e o assassino continua a monte...

" Onde a lei termina, a tirania começa". A tirania parece ser o modus operandi de certas pessoas influentes em Timor Leste.

No segundo, em Sábado, 2 de Junho de 2012

PNTL DIMINUIU SEGURANÇA PESSOAL DE MARI ALKATIRI

Por Zizi Pedruco - THND

Segundo uma fonte das Nações Unidas, a Policia Nacional de Timor Leste (PNTL) diminuiu a segurança pessoal do secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri.

Ontem o comandante do Corpo de Segurança Pessoal da PNTL notificou o secretário-geral da Fretilin de que vão reduzir a sua segurança pessoal. Vão tirar o comandante da secção e o elemento da segurança que está treinado para conduzir o carro da segurança.

"Isto já estava planeado há umas semanas atrás mas o Mari Alkatiri apenas foi notificado ontem. Isto não está a cheirar nada bem", afirmou a nossa fonte que pediu o anonimato.

Há dias, eu alertei aos leitores para a possibilidade de Mari Alkatiri ser vítima de um atentado contra a sua vida, uma vez que ele tem sido alvo de sérias ameaças. Diminuir a sua segurança parece ser uma contradição, não?

As duas organizações internacionais que estão em Timor Leste e que eu sei que elas sabem das ameaças e do perigo de vida que Alkatiri corre, que dizem elas sobre esta resolução da PNTL?

Quem tomou esta decisão e porquê? Não acham estranho que com o começar da campanha eleitoral na próxima semana, a segurança de um dos grandes líderes de Timor Leste, seja diminuída e não reforçada? Eu acho estranho, muito estranho... Aqui há gato!

Embora as eleições presidenciais tenham decorrido de uma forma pacífica e democrata, de acordo com alguns observadores, o maior teste à frágil democracia timorense, será na verdade feito nas eleições legislativas que irão decorrer em 7 de julho. "Os tubarões são maiores", disse um dos observadores.

A pergunta que muita gente faz e que vale um milhão de dólares é a seguinte: Irá Xanana Gusmão aceitar o resultado das eleições se por acaso perder, ou haverá um outro banho de sangue em Timor Leste? Pois. Só Xanana é que sabe a resposta a esta pergunta, mas se o passado for um bom indicador de futuros comportamentos... CUIDADO, MUITO CUIDADO! (Fim)

A IMPUNIDADE É MÃE DE TODOS OS CRIMES, PASSADOS E FUTUROS

As responsabilidades da Justiça timorense ao não apurar devidamente quem foram os autores morais e de facto da tentativa de assassinato do então PR José Ramos Horta, bem como execução do major Alfredo Reinado e de Leopoldino Exposto, seu companheiro também executado em casa de Ramos Horta, veio demonstrar (continua a demonstrar) que a “cortina de fumo” lançada nesse dia, 11 de Fevereiro de 2008, com o alegado atentado em Balibar, à caravana do PM Gusmão que rodava na estrada rumo a Díli, resultara e que o prémio foi a impunidade.

O desaparecimento de provas cruciais da Procuradoria Geral da República, Ministério Público, a contaminação de provas, o aparente desinteresse do coletivo de juízes por determinados aspetos que levavam à conclusão cientifica da execução de Reinado e de Exposto, até mesmo o desinteresse por determinado testemunho que referia no local do crime na hora em que Ramos Horta foi alvejado um “misterioso” individuo à civil, o tempo que foi dilatando para a assistência a Ramos Horta a esvair-se no chão e que foi considerado por quem assistia “para ver se ele morria”, o desiderato das tropas australianas que barraram a rua de acesso ao corpo de Ramos Horta e não queriam deixar passar a GNR, desistindo da intenção depois de argumento que podiam levar a evidências para além do razoável…

Nada disto foi tomado em consideração pelos que dirigiram as investigações, nem o coletivo de juízes se quis dar ao trabalho de apurar a real verdade do acontecido. Só por sorte Ramos Horta não morreu ali brutalmente assassinado com munição que não era normal e que peritos alegam ser da qualidade que é usada para que a vítima “em mira e baleada se vá juntar aos anjinhos”.

Também as incongruências demonstradas sobre o atentado alegado por Xanana Gusmão, na estrada de Balibar, foram ignoradas. Ao extremo de alegarem que o atirador estava alojado no lado esquerdo da estrada (devendo por isso disparar e atingir a lateral esquerda da viatura do PM) mas foi apresentada a viatura com os vidros alegadamente atingidos por balas… no lado direito da viatura (distração?), como as fotografias podem comprovar. Outras incongruências poderiam ter sido tomadas em consideração para o apuramento do sucedido e descoberta dos verdadeiros culpados mas o Tribunal de Díli preferiu despachar o mais rápido possível o “assunto”. Posteriormente o Tribunal de Recurso salpicou-se de decência e reduziu algumas penas. Ramos Horta acabaria por acabar com as prisões e dar o indulto. Que aconteceria se Salsinha falasse?

Refira-se que o PGR nesse tempo era o homem de confiança de Xanana Gusmão, Longuinhos Monteiro, atual Comandante Geral de PNTL, polícia timorense. Dá jeito. A mesma PNTL que agora anuncia que vai reduzir a segurança que dispôs para Mari Alkatiri, quando os rumores(?) de planejamento do assassinato do líder da Fretilin surgem na ordem do dia.

3 comentários:

Anónimo disse...

Uma puxadela pela memoria e uma pergunta simples: nas semanas que antecederam os atentados a Ramos-Horta e Xanana Gusmão em Fevereiro de 2008, num blog chamado TimorLorosaeNacao era diariamente lida grande discussão sobre os assuntos que ali decorriam, tanto a nível de post's bem como de comentários. O assunto que me chamou `a atenção nessa altura, era o que aconteceria se houvesse a "decapitação das figuras de topo do Estado" timorense, pois era deveras estranho aquele blog estar a discutir essa situação. E esmiolaram o que a Constituição da RDTL dizia a esse respeito. Não tem obviamente piada nenhuma mas o estranho e' que aconteceu quase essa situação (a decapitação do Estado timorense), alias, aconteceu de facto com a diferença de que quem queria apoderar-se do Poder não conseguiu os seus intentos: Ramos-Horta e' atacado e e' gravemente ferido, Xanana Gusmão e' atacado mas escapa e Fernando Lasama, Presidente do Parlamento Nacional, estava de visita oficial a Portugal.

Pergunta: a quem serviria esta situação? Ora pensem la' um bocadinho.

Quando se vê este género de abordagem como aqui e noutras plataformas, feita por Rosário Pedruco, vale a pena estar alerta pois não há volta sem no'. Cheira `a mesma trampa que cheirava esse blog que muito de similar tem com este mesmo Pagina Global e o seu congénere timorhauniandoben.

Esta forma de orientar a atenção das pessoas só pode ter agua no bico.

Quem e' que me diz a mim, eventualmente, que os atentados a Ramos-Horta e Xanana Gusmão não foram idealizados por Mari Alkatiri?
Posso pensar assim, não posso?

Esperemos que nada se passe de grave, como não deveriam ter acontecido os ataques a Ramos-Horta e Xanana.

Outra aberração e' o continuo passar de esponja por cima do atentado a Xanana Gusmão, como se ele não tivesse acontecido ou como aqui se diz, tratar-se de uma manobra... em manobra estão Vs. Exas.

Anónimo disse...

Não deviam ter misturado o caso do Alfredo Reinado com este porque pode não haver similaridades e estarmos a mexer num passado as autoridades não querem saber, o problema que está em jogo é a vida do Mari Alkatiri que pode estar nas lonas e infelizmente este tipo de misturas não ajudam nada e cai-se na tentação de pensarem que é propaganda política.
Grandes alaridos e manchetes sobre este caso sério é um mau serviço à possibilidade, real ou não, de um assassinato poder ter lugar.

Anónimo disse...

Quem quer matar Alkatiri? Sua sogra ou a Fretilin?

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