sexta-feira, 22 de junho de 2012

Queremos cooperação com Angola mas sem armas, diz porta-voz do governo de transição



MB - Lusa

Bissau, 22 jun (Lusa) - O porta-voz do Governo de transição da Guiné-Bissau, Fernando Vaz, disse hoje que o país admite e quer cooperar com Angola desde que seja sem armas de fogo e afirmou ainda que em nenhum momento foi solicitado o regresso da Missang.

Fernando Vaz, que é também o ministro da presidência do conselho de ministros esclareceu desta forma as recentes declarações do secretário de Estado da Segurança e Ordem Pública, Basílio Sanca, que solicitou o Governo angolano a retomar a cooperação com a Guiné-Bissau.

"Houve aí uma má interpretação (das palavras de Basílio Sanca). Não estamos a fazer a apologia daquilo que nós rejeitamos. Queremos uma cooperação (com Angola) tipo a cooperação portuguesa, que não traz armas e tanques de guerra, mas que coopera, constrói e ajuda a formação. Isso nós queremos. É isso que nós entendemos como cooperação militar", defendeu Fernando Vaz.

A posição do Governo é de que "não há nenhum pedido, nenhum apelo para o regresso da Missang", disse o ministro da presidência, que falou à imprensa quando visitava as instalações de uma futura fábrica de vinhos e de engarrafamento de água, uma sociedade luso-espanhola em Bissau.

Confrontado com o facto de os elementos angolanos que estavam a reabilitar as casernas militares e da polícia guineense serem integrantes da Missang, Fernando Vaz disse que uma coisa não tem nada a ver com outra.

Para Fernando Vaz quando Basílio Sanca apela o retomar da cooperação com Angola não estava a pensar na Missang.

"O que ele referia é que o povo da Guiné-Bissau e o povo da Angola, como outrora, tendo uma excelente relação desde a luta de libertação contra o colonialismo português, deveriam reatar aquilo que era histórico no seu relacionamento.

"Não fazia nenhum sentido e seria extremamente absurdo por parte do Governo depois de uma decisão unilateral de Angola de retirar daqui a sua missão militar virmos agora pedir que regresse", sublinhou Fernando Vaz.

A Missang era a missão técnico-militar angolana na Guiné-Bissau e que saiu do país no início do mês, na sequência de atritos com as Forças Armadas da Guiné-Bissau, que disseram mesmo ter sido a presença da Missang, e um alegado acordo para "eliminar" os militares guineenses, o motivo para o golpe de Estado de 12 de abril.

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