MSE - Lusa
Díli, 18 jun (Lusa) - O secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), Mari Alkatiri, disse hoje que o partido não vai admitir a cambalhota que se deu em 2007, quando venceu eleições, mas foi afastado da formação do Governo.
"Se nós perdermos, perdemos, mas se nós ganharmos, ganhamos. Não vamos admitir outra vez a cambalhota que se deu em 2007", afirmou o líder do maior partido timorense, em entrevista à agência Lusa.
Nas eleições legislativas de 2007, a Fretilin venceu o escrutínio sem maioria, mas não foi convidada a formar Governo na sequência de uma coligação pós eleitoral entre o Conselho Nacional de Reconstrução de Timor-Leste, do atual primeiro-ministro Xanana Gusmão, e mais três partidos.
Timor-Leste realiza a 07 de julho as terceiras eleições legislativas, às quais concorrem 21 partidos e coligações, que se encontram em campanha eleitoral até 04 de julho.
"Temos sido felicitados por termos grande sentido de Estado. Só quero dizer que sentido de Estado todos nós temos, mas querer que fiquemos permanentemente em sentido e entregar o Estado a outras pessoas, isso não, isso é absolutamente injusto e não tem nada a ver com sentido de Estado", afirmou.
Segundo Mari Alkatiri, a Fretilin ganhou as eleições de 2007 e, apesar de não ter governo, fez uma oposição didática.
"Em vez de ter pressa em derrubar o Governo por outras vias, esperou até ao momento certo para regressar às urnas e se todos realmente aprenderam, se esta lição que foi dada pela Fretilin foi assimilada por todos então não haverá problemas nenhuns", disse Mari Alkatiri.
Para o líder partidário, depois de conhecidos os resultados eleitorais, o Presidente da República deve primeiro convidar o partido vencedor e dar-lhe a oportunidade de formar coligações.
"A interpretação da Constituição é diferente, mas a ética política democrática de todo o mundo é esta. Pode cada um interpretar a Constituição como quiser, mas que houve falta de ética, isso ouve. Eu não tenho dúvidas", afirmou.
Questionado pela Lusa sobre se a Fretilin está disposta a fazer coligações caso não vença as legislativas com maioria, Mari Alkatiri disse que tem vindo a "falar com vários partidos para criar ambiente para alianças".
"Agora a quem vamos aliar-nos definitivamente nós ainda não sabemos", afirmou, explicando que mesmo ganhando as eleições com maioria, a Fretilin vai fazer um Governo de inclusão.
Sobre se assumirá a pasta de primeiro-ministro caso o partido vença as eleições, Mari Alkatiri disse que cabe ao Comité Central da Fretilin decidir.
"Não posso dizer que vou ser primeiro-ministro, depois das eleições é que o Comité Central decide. Posso dizer que não quero e então terá de ser outro", concluiu.
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