quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Angola: CREDIBILIDADE DAS ELEIÇÕES ANGOLANAS ESTÁ CADA VEZ MAIS EM BAIXA

 


Sindicato dos Jornalistas preocupado com comportamento dos media
 
22 de Agosto de 2012, 18:10
 
Luanda, 22 ago (Lusa) - O Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) considera que os órgãos públicos e privados "violam de forma grosseira e intolerante as leis que regulam o exercício do jornalismo em geral e em tempo de eleições".
 
A conclusão consta de um relatório sobre a Monitorização da Media Angolana em Tempo de Eleições, apresentado hoje em Luanda, pela secretária-geral do SJA, Luísa Rogério.
 
Angola realiza eleições gerais no dia 31 de agosto, estando as nove formações políticas concorrentes em campanha eleitoral, desde o dia 31 de julho.
 
No documento, referente às duas primeiras semanas de agosto, entre os jornais analisados, o semanário privado Agora "é o único que manteve o equilíbrio" até à conclusão do relatório.
 
Segundo o relatório, os outros órgãos "beneficiam de forma explícita o Movimento Popular de Libertação de Angola", partido no poder, com largos destaques nos órgãos públicos e privados, e um semanário privilegiou a Convergência Ampla de Salvação de Angola -- Coligação Eleitoral, a nova formação criada pelo dissidente da União Nacional para a Independência Total de Angola Abel Chivukuvuku.
 
A título de exemplo, o relatório aponta que o estatal Jornal de Angola publicou no período em referência 26 notícias sobre o MPLA e 10 sobre a UNITA, o maior partido angolano da oposição.
 
"Não é difícil perceber a razão que está por detrás desta cobertura, mas este aspeto será alvo de reflexão em próximos relatórios, com base nos resultados das conferências a serem promovidas pelo SJA no âmbito deste projeto de monitorização patrocinado pela Fundação Open Society"", lê-se no documento.
 
O relatório sublinha igualmente que o semanário Folha 8, apesar de quantitativamente dar atenção ao MPLA, no plano qualitativo oferece "tratamento privilegiado" à coligação CASA-CE.
 
"A posição surpreendente em que o MPLA está decorre de uma enorme quantidade de factos negativos a si imputados e às figuras do partido", acrescenta o documento sobre o tratamento dado por este jornal ao partido no poder.
 
O relatório hoje apresentado analisou todos os órgãos de comunicação social angolanos.
 
NME
 
Embaixada EUA exorta CNE a credenciar "imediatamente" observadores
 
22 de Agosto de 2012, 18:27
 
Luanda, 22 ago (Lusa) - A Embaixada dos Estados Unidas em Luanda exortaram hoje, em comunicado distribuído à imprensa, a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) para que "credencie imediatamente" os observadores eleitorais, designadamente os das organizações da sociedade civil angolana.
 
Em causa estão os atrasos da CNE em credenciar não só aqueles cidadãos angolanos, como também "outros observadores internacionais", como elementos do corpo diplomático acreditado na capital angolana.
 
Nesse sentido, o comunicado acrescenta que "um grupo de embaixadores solicitou ao Presidente da CNE, Silva Neto, uma reunião para tratar deste assunto".
 
José Eduardo dos Santos assume compromisso pessoal de apoiar setor privado
 
22 de Agosto de 2012, 19:23
 
Huambo, Angola, 22 ago (Lusa) - O líder do MPLA, José Eduardo dos Santos, assumiu hoje no Huambo, centro de Angola, num comício integrado na campanha eleitoral para as eleições gerais de 31 deste mês, o seu compromisso no apoio ao setor privado angolano.
 
"Eu assumo, em nome do MPLA, o compromisso de reforçar o apoio de todo o tipo aos empresários angolanos, para que eles tenham empresas fortes que ocupem um grande espaço no nosso mercado. Não são só as grandes empresas estrangeiras, como a Teixeira Duarte, a Odebrecht, a Total-Elf, a Chevron, etc., que devem prosperar e levar grande parte do dinheiro que ganham para os seus países", asseverou citado pela agência Angop.
 
José Eduardo dos Santos, Presidente de Angola desde 1979, garantiu na ocasião que o Estado "vai continuar a retirar-se da produção de bens e serviços para que esta tarefa seja levada a cabo pelas pequenas, médias e grandes empresas privadas" angolanas.
 
"O dinheiro que elas ganham fica no nosso mercado e, além disso, devemos incentivá-las a fazer mais investimentos, a criar mais empregos e a pagar bem aos seus trabalhadores", destacou.
 
José Eduardo dos Santos defendeu ainda que os angolanos que mantêm poupanças no estrangeiro, onde efetuam investimentos, o depositem na banca angolana, realizando os seus investimentos no país.
 
"Nós não fazemos uma política contra os angolanos ricos. Pelo contrário. Queremos que eles contribuam para o desenvolvimento nacional", frisou, segundo a Angop.
 
Relativamente ao próximo mandato, José Eduardo dos Santos garantiu que o MPLA e o seu governo vão intensificar uma "política firme de luta contra a fome e a pobreza", porque, explicou, "a meta é a construção de uma sociedade de bem-estar social, sem pobreza".
 
O líder do MPLA disse ainda que vão ser necessários cerca de 14 mil milhões de euros para executar o Programa de Investimentos Públicos no setor elétrico, designadamente na produção e distribuição de eletricidade.
 
Aquela verba sairá do orçamento do Estado e de empréstimos que o Estado vai contrair.
 
"Eu não tenho receio de assumir esse compromisso, porque estou rodeado de quadros capazes de garantir o cumprimento desse plano", assegurou.
 
Antes do comício no Huambo, José Eduardo dos Santos inaugurou na Caála, a barragem do Gove, empreendimento com capacidade de produção de 60 megawatts.
 
A obra, orçada em cerca de 225 milhões de euros, foi construída pela empresa brasileira Odebrecht.
 
O início da construção foi em 1969, mas em 1975, com a guerra civil angolana, as obras foram interrompidas, tendo sido retomadas em 1983.
 
Em 1986 foram novamente interrompidos os trabalhos, com novo recrudescer da guerra civil na região.
 
A barragem chegou a ser destruída parcialmente em 1990, depois de ter sido dinamitada, reiniciando-se finalmente as obras em 2001.
 
A província do Huambo foi a quinta a ser visitada por José Eduardo dos Santos no âmbito da campanha eleitoral.
 
A próxima deslocação está agendada para sexta-feira à província da Huíla, centro sul do país.
 
Angola realiza eleições gerais a 31 de agosto, que vão definir a composição do parlamento e os nomes do Presidente e vice-presidente, nomeados a partir do número um e número dois da lista do partido mais votado.
 
EL.
 
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
 

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