NME - Lusa
Luanda, 10 ago (Lusa) - A UNITA classificou hoje em Luanda como "infundadas" as acusações do MPLA, partido no poder, de que o partido da oposição pretende realizar nos próximos dias 12 e 28 "manifestações e arruaças", perturbando a ordem pública.
Em declarações à Lusa, o porta-voz da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Alcides Sakala, reagia às acusações feitas na quinta-feira pelo secretário para a Informação do Bureau Político do partido no poder em Angola, Rui Falcão, segundo as quais o maior partido angolano da oposição "tem estado a arregimentar militantes no Andulo, Cunhinga e outras partes do território para a promoção de arruaças e escaramuças, e agressões a militantes do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola)".
"Temos vindo a denunciar isso há bastante tempo", afirmou então Rui Falcão.
Segundo Alcides Sakala, as alegações do MPLA são "falsas" e "procuram desviar a atenção das dificuldades que está a enfrentar neste processo eleitoral".
"Quando a UNITA achar que tenha chegado o momento de tomar iniciativas de massas, nós vamos dar a conhecer à opinião pública nacional e internacional. Vamos informar ao mundo e aos angolanos a intenção de realizar manifestações se esta for a decisão", afirmou Alcides Sakala.
Aquele político lembrou que o partido no poder tem que ter em conta que mudaram os tempos e que "há uma camada da população, hoje maioritária, que tomou consciência dos seus interesses".
"Já não estamos em 1992, não estamos em 2008, estamos em 2012 e há uma consciência muito crítica hoje e o MPLA terá que assumir as suas responsabilidades, por isso é que temos vindo a defender que a transição pós José Eduardo dos Santos tem que se fazer sem turbulência e num quadro de serenidade para que as instituições do Estado possam continuar a existir", referiu.
A alegada intenção de levar a cabo manifestações, no caso de 28 de agosto, seria a escassos três dias das eleições gerais de Angola.
No conjunto de acusações do MPLA, foi também destacado por Rui Falcão o aproveitamento que os partidos da oposição têm estado a fazer dos seus tempos de antena na campanha eleitoral na rádio e televisão públicas para "distorcerem e manipularem" intervenções do líder do partido MPLA, e Presidente angolano, José Eduardo dos Santos.
Para Alcides Sakala, é normal que os "partidos aproveitem a oportunidade para passarem as suas mensagens com toda a responsabilidade, mas também com toda a profundidade e transparência, para falar daquilo que a TPA (Televisão Pública de Angola) e a RNA (Rádio Nacional de Angola) em tempos fora de campanha censuram e não passam".
A Comissão Nacional Eleitoral anunciou no mesmo dia da conferência de imprensa do MPLA, a criação de um órgão de trabalho de fiscalização dos tempos de antena, ao que o porta-voz da UNITA disse não haver "nenhuma dificuldade em aceitar, caso seja regulamentado".
"Se este órgão é regulamentado não temos nenhuma dificuldade em aceitar esta fiscalização, se não for regulamentado é mais uma estrutura policial de censura que vai passar agora a fiscalizar estas eleições", frisou Alcides Sakala.
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