Romana Borja-Santos - Público - ontem
O histórico socialista Mário Soares considera que as privatizações que estão a ser feitas em vários sectores no país representam uma “gravidade estranha” e defende que “todos os patriotas têm que se juntar” para que as coisas mudem.
O antigo Presidente da República, que falava durante uma conferência em Loulé, insistiu que os portugueses não podem ficar parados perante as medidas que estão a ser tomadas, dizendo que não se sabe, neste momento, se é o Governo ou a troika (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) que estão a mandar no país.
“Vender as Águas de Portugal, vender a TAP, vender tudo e o que é que fica do nosso país? Acho que isto é de uma gravidade estranha e penso que todos os patriotas têm de se juntar, não por razões políticas mas por estas razões simples, e lutar para que as coisas mudem. Se não, todos somos responsáveis”, disse Mário Soares, citado pela TSF.
Para Soares, perante as medidas que estão a ser tomadas, é inevitável que o descontentamento social venha a aumentar, afirmando, por isso, que só o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, pode ter uma visão optimista do que vai acontecer no próximo ano.
“Disse [na rentrée política] que estava muito contente porque as coisas estão a correr bem e para no próximo ano ainda vai ser melhor. Ora honestamente, devo dizer que, estou convencido exactamente do contrário, é que vai ser muito pior se não mudarmos de paradigma, de política e se não pusermos os mercados na ordem”, contrapôs Soares.
Mais austeridade não
O antigo Presidente da República Mário Soares criticou também a possibilidade de implementação de novas medidas de austeridade em Portugal, sublinhando que essa é a linha que separa PSD e PS, que “não se entendem” sobre a matéria.
Escusando-se a comentar a possibilidade de os dois partidos não se entenderem acerca do Orçamento do Estado para 2013, Mário Soares sublinhou que as divergências entre o Governo da coligação PSD/CDS-PP e o PS estão a aumentar. “Nunca vi o [António José] Seguro dizer uma coisa com tanta clareza como agora. Ele disse não aceito mais austeridade e acho que fez muito bem”, disse o ex-líder socialista, citado pela Lusa.
Durante a conferência, Mário Soares enquadrou a actual crise económica mundial, que disse alicerçar-se em boa parte na falta de ética do capitalismo actual, e disse que ela provocou a mais grave recessão da História portuguesa, para defender que será difícil cumprir o acordo com a troika. “O pior é que o primeiro-ministro diz outra vez que vai cumprir e a gente não tem nenhuma garantia de que assim seja, porque se continua a haver austeridade já sabemos que vai haver mais recessão e mais desemprego”, disse, enfatizando que “não há espaço para mais impostos, mas se calhar vão ser obrigados a fazer mais”.
Depois, Mário Soares destacou que “há uma certa contradição” em vários temas entre PSD e CDS, referindo-se concretamente à polémica sobre a concessão da RTP a privados. Sobre este dossier em concreto, o socialista diz que é nítido que o CDS está a dizer uma coisa diferente do PSD e que “dentro do próprio PSD dizem-se todos os dias coisas fantásticas contra o Governo”. O histórico do PS não quis falar mais sobre a polémica relacionada com a televisão pública, acrescentando apenas que não subscreverá o abaixo-assinado contra a privatização ou concessão de canais porque gosta mais “de falar individualmente do que em conjunto”.
Contudo, no final de Agosto, Soares já tinha criticado, ao Diário de Notícias, o modelo de privatização da RTP anunciado pelo consultor do Governo António Borges, justificando que a concessão em tal modos significa “destruir a Constituição”.
“Vender as Águas de Portugal, vender a TAP, vender tudo e o que é que fica do nosso país? Acho que isto é de uma gravidade estranha e penso que todos os patriotas têm de se juntar, não por razões políticas mas por estas razões simples, e lutar para que as coisas mudem. Se não, todos somos responsáveis”, disse Mário Soares, citado pela TSF.
Para Soares, perante as medidas que estão a ser tomadas, é inevitável que o descontentamento social venha a aumentar, afirmando, por isso, que só o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, pode ter uma visão optimista do que vai acontecer no próximo ano.
“Disse [na rentrée política] que estava muito contente porque as coisas estão a correr bem e para no próximo ano ainda vai ser melhor. Ora honestamente, devo dizer que, estou convencido exactamente do contrário, é que vai ser muito pior se não mudarmos de paradigma, de política e se não pusermos os mercados na ordem”, contrapôs Soares.
Mais austeridade não
O antigo Presidente da República Mário Soares criticou também a possibilidade de implementação de novas medidas de austeridade em Portugal, sublinhando que essa é a linha que separa PSD e PS, que “não se entendem” sobre a matéria.
Escusando-se a comentar a possibilidade de os dois partidos não se entenderem acerca do Orçamento do Estado para 2013, Mário Soares sublinhou que as divergências entre o Governo da coligação PSD/CDS-PP e o PS estão a aumentar. “Nunca vi o [António José] Seguro dizer uma coisa com tanta clareza como agora. Ele disse não aceito mais austeridade e acho que fez muito bem”, disse o ex-líder socialista, citado pela Lusa.
Durante a conferência, Mário Soares enquadrou a actual crise económica mundial, que disse alicerçar-se em boa parte na falta de ética do capitalismo actual, e disse que ela provocou a mais grave recessão da História portuguesa, para defender que será difícil cumprir o acordo com a troika. “O pior é que o primeiro-ministro diz outra vez que vai cumprir e a gente não tem nenhuma garantia de que assim seja, porque se continua a haver austeridade já sabemos que vai haver mais recessão e mais desemprego”, disse, enfatizando que “não há espaço para mais impostos, mas se calhar vão ser obrigados a fazer mais”.
Depois, Mário Soares destacou que “há uma certa contradição” em vários temas entre PSD e CDS, referindo-se concretamente à polémica sobre a concessão da RTP a privados. Sobre este dossier em concreto, o socialista diz que é nítido que o CDS está a dizer uma coisa diferente do PSD e que “dentro do próprio PSD dizem-se todos os dias coisas fantásticas contra o Governo”. O histórico do PS não quis falar mais sobre a polémica relacionada com a televisão pública, acrescentando apenas que não subscreverá o abaixo-assinado contra a privatização ou concessão de canais porque gosta mais “de falar individualmente do que em conjunto”.
Contudo, no final de Agosto, Soares já tinha criticado, ao Diário de Notícias, o modelo de privatização da RTP anunciado pelo consultor do Governo António Borges, justificando que a concessão em tal modos significa “destruir a Constituição”.
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