sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Moçambique: PR considera "maldade" críticas sobre falta de distribuição de riqueza

 

Angola Press

Maputo - O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, qualificou hoje como "maldade" as críticas ao Governo sobre a não distribuição dos benefícios gerados pelos recursos naturais do país, enfatizando que a propalada riqueza nacional é um potencial ainda não explorado.

Vários países doadores juntaram-se nos últimos dias a correntes de opinião interna que têm denunciado a falta de acesso por parte da maioria da população às oportunidades económicas criadas pelos recursos naturais que têm vindo a ser descobertos no país.
 
Falando no VI Congresso da Organização dos Trabalhadores de Moçambique (OTM), a maior central sindical do país, Armando Guebuza considerou que o tema da distribuição da riqueza pode "desestruturar a sociedade moçambicana".
 
"Falamos hoje de recursos naturais em todo o lado e que uns dizem que só enriquecem a alguns. Uns fazem-no por falta de informação, mas há os que o fazem por maldade", sublinhou o chefe de Estado moçambicano.
 
Realçando que os recursos naturais, principalmente gás e carvão, que estão no centro do debate sobre Moçambique, só agora estão a ser descobertos, Armando Guebuza invocou a eclosão de conflitos noutros países por causa das riquezas naturais para chamar a atenção sobre a necessidade de moderação na discussão do tema.
 
"Há países que, por causa deste tipo de intriga, fofoca, estão a bater-se tribo contra a tribo, religião contra religião e eles (multinacionais) estão lá a tirar os recursos. E depois vêm para aqui dizer que o fosso entre ricos e pobres está a aumentar", disse o chefe de Estado moçambicano.
 
A partilha pela população dos rendimentos provenientes dos recursos naturais é uma das exigências da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, nas negociações que iniciou na segunda-feira com o Governo, para a resolução da tensão provocada pelo regresso do presidente desta formação política, Afonso Dhlakama, à sua base central, na Serra da Gorongosa, centro do país.
 
Afonso Dhlakama dirigiu a partir de Gorongosa a guerrilha da Renamo contra o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) durante 16 anos, até à assinatura do Acordo Geral de Paz em 1992.
 

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