Angola Press
Maputo - O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, qualificou hoje como "maldade" as críticas ao Governo sobre a não distribuição dos benefícios gerados pelos recursos naturais do país, enfatizando que a propalada riqueza nacional é um potencial ainda não explorado.
Vários países doadores juntaram-se nos últimos dias a correntes de opinião
interna que têm denunciado a falta de acesso por parte da maioria da população
às oportunidades económicas criadas pelos recursos naturais que têm vindo a ser
descobertos no país.
Falando no VI Congresso da Organização dos Trabalhadores de Moçambique (OTM), a
maior central sindical do país, Armando Guebuza considerou que o tema da
distribuição da riqueza pode "desestruturar a sociedade moçambicana".
"Falamos hoje de recursos naturais em todo o lado e que uns dizem que só
enriquecem a alguns. Uns fazem-no por falta de informação, mas há os que o fazem
por maldade", sublinhou o chefe de Estado moçambicano.
Realçando que os recursos naturais, principalmente gás e carvão, que estão no
centro do debate sobre Moçambique, só agora estão a ser descobertos, Armando
Guebuza invocou a eclosão de conflitos noutros países por causa das riquezas
naturais para chamar a atenção sobre a necessidade de moderação na discussão do
tema.
"Há países que, por causa deste tipo de intriga, fofoca, estão a bater-se
tribo contra a tribo, religião contra religião e eles (multinacionais) estão lá
a tirar os recursos. E depois vêm para aqui dizer que o fosso entre ricos e
pobres está a aumentar", disse o chefe de Estado moçambicano.
A partilha pela população dos rendimentos provenientes dos recursos naturais é
uma das exigências da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal
partido da oposição, nas negociações que iniciou na segunda-feira com o
Governo, para a resolução da tensão provocada pelo regresso do presidente desta
formação política, Afonso Dhlakama, à sua base central, na Serra da Gorongosa,
centro do país.
Afonso Dhlakama dirigiu a partir de Gorongosa a guerrilha da Renamo contra o
Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) durante 16 anos, até à
assinatura do Acordo Geral de Paz em 1992.
Sem comentários:
Enviar um comentário