terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Parceiros da Guiné-Bissau devem trabalhar em conjunto para resolver desafios, diz UA

 

FP – EJ - Lusa
 
Bissau, 18 dez (Lusa) - A Guiné-Bissau tem "desafios enormes" e complexos e os parceiros internacionais devem reforçar a "eficácia da sua ação", devendo para isso trabalhar em unidade, defendeu hoje a União Africana, em Bissau.
 
El Ghassim Wane, diretor do gabinete para a Paz e Segurança da União Africana (UA), chefia uma delegação de cinco organizações internacionais numa visita conjunta à Guiné-Bissau, a primeira do género depois do golpe de Estado no país ocorrido em abril.
 
Após uma reunião com o ministro dos Negócios Estrangeiros do governo de transição, Faustino Imbali, o responsável explicou aos jornalistas que a missão tem como finalidade escutar, compreender e analisar a realidade da Guiné-Bissau.
 
E depois, determinar como é que as organizações internacionais parceiras da Guiné-Bissau podem vir a trabalhar em conjunto no apoio aos esforços para resolver os grandes desafios, e de longa duração, com que o país se confronta, acrescentou.
 
"A situação neste país teve uma evolução, que teve apreciações de cada uma das organizações em questão, que tomaram as decisões que pensaram tomar", lembrou El Ghassim Wade, explicando que agora é preciso analisar a situação e fazer as recomendações sobre o trabalho que pode ser feito em conjunto pela comunidade internacional na Guiné-Bissau.
 
Além da UA, a missão é composta por elementos da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), das Nações Unidas e da União Europeia.
 
Para o ministro Faustino Imbali, a vinda da missão é "uma boa prenda de Natal para o povo da Guiné-Bissau", porque as cinco instituições vão poder constatar o que se passa no país.
 
"É uma boa missão para nós, que não temos nada a esconder, este país não é exatamente a pintura que recebemos lá de fora", afirmou.
 
Faustino Imbali disse também que se trata de uma missão exploratória, para conhecer a ideia dos guineenses e do governo sobre a atual situação e que "soluções e pistas" estão a ser pensadas para a saída da crise, decorrente do golpe de Estado de abril.
 
"Talvez no final possam deixar algumas recomendações, e são desejáveis", apontou o responsável, que considerou que nem sempre as informações passadas na imprensa "correspondem totalmente à verdade".
 
"A nossa expetativa é a de que a verdade seja dita. Fala-se de insegurança, de questões que só estando cá, presente, é possíve ter uma ideia exata. Para nós, é uma missão que pode ajudar a constatar a verdadeira imagem da Guiné-Bissau, a nossa maior expetativa é essa", disse.
 
Além do governo, do Presidente da República interino e do presidente da Assembleia Nacional Popular, a missão tem ao longo desta semana encontros com elementos da sociedade civil, agências especializadas e instituições financeiras, embaixadores, Liga dos Direitos Humanos, partidos políticos, líderes religiosos e representantes do poder tradicional.
 
Mas também com a Ordem dos Advogados e demais "atores" da área da Justiça, organizações de mulheres e de juventude, meios de comunicação social, chefias militares e das forças de segurança, Comissão Nacional de Eleições, organizações não-governamentais, Câmara de Comércio e sindicatos.
 
A missão deve terminar na próxima sexta-feira.
 

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