FP – EJ - Lusa
Bissau, 18 dez
(Lusa) - A Guiné-Bissau tem "desafios enormes" e complexos e os
parceiros internacionais devem reforçar a "eficácia da sua ação",
devendo para isso trabalhar em unidade, defendeu hoje a União Africana, em
Bissau.
El Ghassim Wane,
diretor do gabinete para a Paz e Segurança da União Africana (UA), chefia uma
delegação de cinco organizações internacionais numa visita conjunta à
Guiné-Bissau, a primeira do género depois do golpe de Estado no país ocorrido
em abril.
Após uma reunião
com o ministro dos Negócios Estrangeiros do governo de transição, Faustino
Imbali, o responsável explicou aos jornalistas que a missão tem como finalidade
escutar, compreender e analisar a realidade da Guiné-Bissau.
E depois,
determinar como é que as organizações internacionais parceiras da Guiné-Bissau
podem vir a trabalhar em conjunto no apoio aos esforços para resolver os
grandes desafios, e de longa duração, com que o país se confronta, acrescentou.
"A situação
neste país teve uma evolução, que teve apreciações de cada uma das organizações
em questão, que tomaram as decisões que pensaram tomar", lembrou El
Ghassim Wade, explicando que agora é preciso analisar a situação e fazer as
recomendações sobre o trabalho que pode ser feito em conjunto pela comunidade
internacional na Guiné-Bissau.
Além da UA, a
missão é composta por elementos da Comunidade Económica dos Estados da África
Ocidental (CEDEAO), da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), das
Nações Unidas e da União Europeia.
Para o ministro
Faustino Imbali, a vinda da missão é "uma boa prenda de Natal para o povo
da Guiné-Bissau", porque as cinco instituições vão poder constatar o que
se passa no país.
"É uma boa
missão para nós, que não temos nada a esconder, este país não é exatamente a
pintura que recebemos lá de fora", afirmou.
Faustino Imbali
disse também que se trata de uma missão exploratória, para conhecer a ideia dos
guineenses e do governo sobre a atual situação e que "soluções e
pistas" estão a ser pensadas para a saída da crise, decorrente do golpe de
Estado de abril.
"Talvez no
final possam deixar algumas recomendações, e são desejáveis", apontou o
responsável, que considerou que nem sempre as informações passadas na imprensa
"correspondem totalmente à verdade".
"A nossa
expetativa é a de que a verdade seja dita. Fala-se de insegurança, de questões
que só estando cá, presente, é possíve ter uma ideia exata. Para nós, é uma
missão que pode ajudar a constatar a verdadeira imagem da Guiné-Bissau, a nossa
maior expetativa é essa", disse.
Além do governo, do
Presidente da República interino e do presidente da Assembleia Nacional
Popular, a missão tem ao longo desta semana encontros com elementos da
sociedade civil, agências especializadas e instituições financeiras, embaixadores,
Liga dos Direitos Humanos, partidos políticos, líderes religiosos e
representantes do poder tradicional.
Mas também com a
Ordem dos Advogados e demais "atores" da área da Justiça,
organizações de mulheres e de juventude, meios de comunicação social, chefias
militares e das forças de segurança, Comissão Nacional de Eleições,
organizações não-governamentais, Câmara de Comércio e sindicatos.
A missão deve
terminar na próxima sexta-feira.
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