sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Portugal - Caso RTP-PSP: Nuno Santos suspenso e objecto de processo disciplinar

 

Jornal i
 
Ex-director de Informação diz que está impedido de trabalhar
 
O ex-director de Informação da RTP, Nuno Santos, foi suspenso e vai ser alvo de um inquérito disciplinar pela RTP, na sequência das afirmações que reproduziu na Assembleia da República, na passada quarta-feira.
 
A notícia foi avançada em primeira mão pelo Jornal i, depois de apurar os factos junto de fonte da empresa. O inquérito deverá decorrer já nos próximos dias, mas a mesma não adiantou mais pormenores sobre o caso.
 
Nuno Santos reagiu à notícia através de um comunicado no qual refere: "Estou pois impedido, sem razão, de trabalhar!".
 
O ex-responsável mostra-se indignado com a decisão e acrescenta que as declarações que proferiu no Parlamento "ao abrigo da liberdade de expressão que pensava ser um direito conquistado em Portugal com a Revolução de Abril, foram o miserável pretexto para este processo".
 
O jornalista informa que o seu advogado já está a par da situação. "Dei já instruções ao meu advogado para analisar a notificação de suspensão tendo sido claro que prepararei, sem desfalecimentos, a defesa da minha honra e do meu bom nome".
 
Nuno Santos remeteu mais explicações para depois da sua audição na ERC. "Esta tarde, após a audição na ERC, darei em detalhe a minha posição sobre mais este caso que é mais um capítulo da cortina de fumo que esconde as ramificações empresariais e políticas que se posicionam em campo numa fase em que se joga o futuro do Serviço Público de Rádio e Televisão", disse.
 
Recorde-se de que nas suas declarações na Comissão Parlamentar para a Ética, o jornalista disse ter sido vítima de "um caso de saneamento político”. Em causa está a polémica sobre o visionamento das imagens da greve de 14 de Novembro.
 
O jornalista defendeu-se das acusações de que tem sido alvo e mostrou-se espantado com as declarações de Alberto da Ponte, Presidente do Conselho de Administração da RTP, que terá dito que Nuno Santos dirigiu a acção da polícia.
 
“Ontem ouvi o Dr. Alberto da Ponte que dirigi de Londres a acção da polícia”, afirmou Nuno Santos.
 
O ex-responsável prosseguiu justificando o pedido de demissão: “Porque apresentei a minha demissão? Porque na conversa que tive com o presidente do conselho de administração da RTP, o Dr. Alberto da Ponte, fez uma acusação sumária sobre a minha responsabilidade directa sobre os incidentes”, disse o ex-director de Informação da RTP.
 
Um inquérito interno da RTP concluiu que Nuno Santos autorizou a PSP a ver as imagens dos incidentes ocorridos na greve de dia 14 de Novembro. Um facto que é negado pelo ex-director de informação.
 
 

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