terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Banco de Portugal agrava previsões e espera recessão de quase 2% para 2013




Jornal i - Lusa

O Banco de Portugal espera uma recessão mais profunda em 2013, alterando a projeção de uma quebra de 1,6% que tinha em novembro para um recuo de 1,9%, devido às medidas orçamentais e à desaceleração das exportações.

No Boletim Económico de Inverno hoje publicado, o Banco de Portugal explica que “em 2013, a implementação das medidas de consolidação orçamental incluídas no Orçamento do Estado para 2013 (OE2013) contribuirá para uma queda significativa do rendimento e da procura interna”, sendo no entanto amenizada por um comportamento relativamente positivo das exportações.

No entanto, esta mesma previsão para as exportações durante este ano teve uma forte revisão em baixa, passando de um crescimento esperado na ordem dos 5% que a instituição projetava em novembro do ano passado para um crescimento de apenas 2%.

A explicar estes cálculos está uma agravamento pronunciado na procura externa dirigida à economia portuguesa, que passa a ter um crescimento esperado praticamente nulo (0,3%) como já havia acontecido no ano passado, contra um crescimento de 2,5% esperados em novembro último.

O Banco de Portugal aponta também para um regresso ao crescimento no próximo ano com um crescimento do PIB na ordem dos 1,3%, deixando no entanto um aviso: existem riscos pela negativa para estas projeções, especialmente porque só estão consideradas medidas já aprovadas.

A instituição liderada por Carlos Costa só considera para efeito de cálculo destas projeções as medidas que já foram aprovadas, nomeadamente no âmbito do OE2013, e que esteja previsto continuarem a ser aplicadas em 2014.

De fora ficam todas as medidas que possam vir a ser tomadas, tanto no próximo orçamento ou mesmo nos planos de reforma do Estado que o Governo estará a fazer.

“Os riscos da projeção da atividade económica são descendentes, com especial incidência em 2014 e decorrem, nomeadamente, do facto de apenas se considerarem medidas orçamentais já aprovadas ou anunciadas e suficientemente detalhadas”, diz o Banco.

A recessão esperada para o conjunto de 2012 continua a ser ainda de 3%.

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