domingo, 20 de janeiro de 2013

Moçambique considera "francamente positivos" seis meses da presidência da CPLP




MMT – JPF - Lusa

Maputo, 20 jan (Lusa) - O governo de Moçambique considerou "francamente positivos" os primeiros seis meses da presidência moçambicana da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP) que hoje se assinalam.

Em declarações à Lusa, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros de Moçambique, Henrique Banze, que considerou os resultados obtidos "encorajadores para o resto do processo", reconheceu contudo "o grande desafio" que a Guiné-Bissau e a questão da segurança alimentar representam para a organização.

Esta é "uma presidência qualificada de positiva do nosso lado, apreciando os esforços que todos os Estados membros têm desenvolvido para garantir que a CPLP continue uma organização relevante", disse. O titular da pasta dos Negócios Estrangeiros de Maputo destaca o "enfoque que foi dado às questões ligadas à concertação política diplomática que é um dos pilares fundamentais". "Um enfoque muito especial para a Guiné-Bissau por causa da situação própria que se estabeleceu", disse Henrique Banze.

Na cimeira, que se realizou a 20 de junho em Maputo, sob o lema "A CPLP e os desafios na Segurança Alimentar e Nutrição", Moçambique assumiu a presidência rotativa da organização dos oito países lusófonos assinalando a segurança alimentar e a normalização da situação política na Guiné-Bissau como dois dos sete pontos fortes.

Henrique Banze afirma que foram dados "passos importantes neste processo" seis meses depois.

O governante moçambicano releva a importância do diálogo no processo guineense, o que foi conseguido nos primeiros seis meses da presidência de Moçambique. Além de aproximar as lideranças do governo interino (deposto no golpe de Estado de 12 de abril de 2012) e o de transição, à mesa das negociações, Moçambique conseguiu recentemente que a União Africana passasse a coordenar os esforços de reconciliação dos atores envolvidos na crise guineense.

Durante os seis meses, a Guiné-Bissau mereceu atenção "ao mais alto nível" na ONU e Moçambique também garantiu que uma missão fosse à Guiné-Bissau em dezembro para falar com todos os atores políticos, incluindo os militares, afirmou Henrique Banze.
"Há uma série de recomendações que estão a surgir para que a Guiné-Bissau possa voltar à normalidade constitucional. A nossa avaliação é francamente positiva nesse aspeto", acrescentou.

Desde 2008, a questão da segurança alimentar e nutricional tem mobilizado a atenção política dos Estados membros da CPLP, que já adotaram uma resolução sobre o tema, realizaram dois simpósios e organizaram um diálogo Brasil-África.

Não obstante estas iniciativas, prevalecem os problemas da desnutrição aguda no espaço da CPLP, afetando aproximadamente 28 milhões de pessoas, segundo dados da organização.

"O que nós pretendemos é fundamentalmente a redução (da desnutrição). Se pudermos reduzir, pelo menos em 50 por cento, as pessoas que passam fome, estaríamos em grande parte a cumprir isso", disse Henrique Banze, assinalando que a CPLP olha para a questão alimentar "com preocupação".

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