terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Oposição no Egito rejeita apelo ao diálogo de Presidente e pede mais manifestações




SK (PSP)  APN – foto AHMED KHALED/EPA

O principal grupo de oposição no Egito rejeitou hoje um novo apelo ao diálogo nacional, lançado no domingo pelo Presidente do país, Mohammed Morsi, e voltou a apelar aos egípcios para que saiam à rua.

Morsi convocou os principais partidos da oposição para uma reunião no Palácio Presidencial, marcada para o final da tarde de hoje, mas a Frente de Salvação Nacional (FSN) do Egito, principal grupo de oposição, recusou participar no encontro.

Isto no mesmo dia em que o Senado egípcio ratificou um projeto-lei do Governo que autoriza o exército a regressar às ruas para manter a ordem e, em coordenação com a polícia, garantir a “preservação” da segurança no país.

"Não vamos participar num diálogo sem sentido", afirmou um dos principais líderes da Frente da Salvação Nacional (FSN), o prémio Nobel Mohammed el Baradei, citado pelas agências internacionais, após uma reunião interna daquela coligação.

O principal grupo de oposição defende que antes de qualquer negociação o Presidente egípcio teria primeiro de concordar com uma lista de exigências feitas na semana passada pela FSN e que inclui a formação de um governo de salvação nacional e a alteração da constituição de cariz marcadamente islamita.

Durante o dia de hoje, quinto dia consecutivo dos protestos, voltaram a registar-se confrontos violentos no Cairo e também noutras cidades.

Dezenas de militantes da oposição voltaram a enfrentar a polícia numa ponte de acesso à praça Tahrir, bloqueada desde domingo.

De acordo com a agência EFE, que cita uma fonte hospitalar da capital do Egito, pelo menos uma pessoa morreu durante os confrontos entre os manifestantes e as forças da ordem na Praça Tahrir, no domingo à noite no centro do Cairo.

Trata-se da primeira vítima mortal na capital desde o início dos distúrbios de sexta-feira, dia em que se assinalou o segundo aniversário do início da revolução que derrubou Hosni Mubarak.

No total, os mais recentes incidentes no Egito já terão provocado a morte a cerca de 50 pessoas e deixado centenas de feridos.

O estado de emergência, decretado domingo por Mohammed Morsi, entrou hoje em vigor em Port Said, Suez e Ismailiya, as três cidades mais afetadas pelo violência.

Os protestos contra o Presidente Morsi começaram na quinta-feira passada e subiram de tom no sábado devido a condenação à morte de 21 pessoas, acusadas de provocar confrontos durante um jogo de futebol em fevereiro de 2012, dos quais resultaram 71 mortos.

Sem comentários:

Mais lidas da semana