SK (PSP) APN – foto AHMED KHALED/EPA
O principal grupo
de oposição no Egito rejeitou hoje um novo apelo ao diálogo nacional, lançado
no domingo pelo Presidente do país, Mohammed Morsi, e voltou a apelar aos egípcios
para que saiam à rua.
Morsi convocou os
principais partidos da oposição para uma reunião no Palácio Presidencial,
marcada para o final da tarde de hoje, mas a Frente de Salvação Nacional (FSN)
do Egito, principal grupo de oposição, recusou participar no encontro.
Isto no mesmo dia
em que o Senado egípcio ratificou um projeto-lei do Governo que autoriza o
exército a regressar às ruas para manter a ordem e, em coordenação com a
polícia, garantir a “preservação” da segurança no país.
"Não vamos
participar num diálogo sem sentido", afirmou um dos principais líderes da
Frente da Salvação Nacional (FSN), o prémio Nobel Mohammed el Baradei, citado
pelas agências internacionais, após uma reunião interna daquela coligação.
O principal grupo
de oposição defende que antes de qualquer negociação o Presidente egípcio teria
primeiro de concordar com uma lista de exigências feitas na semana passada pela
FSN e que inclui a formação de um governo de salvação nacional e a alteração da
constituição de cariz marcadamente islamita.
Durante o dia de hoje,
quinto dia consecutivo dos protestos, voltaram a registar-se confrontos
violentos no Cairo e também noutras cidades.
Dezenas de
militantes da oposição voltaram a enfrentar a polícia numa ponte de acesso à
praça Tahrir, bloqueada desde domingo.
De acordo com a
agência EFE, que cita uma fonte hospitalar da capital do Egito, pelo menos uma
pessoa morreu durante os confrontos entre os manifestantes e as forças da ordem
na Praça Tahrir, no domingo à noite no centro do Cairo.
Trata-se da
primeira vítima mortal na capital desde o início dos distúrbios de sexta-feira,
dia em que se assinalou o segundo aniversário do início da revolução que
derrubou Hosni Mubarak.
No total, os mais
recentes incidentes no Egito já terão provocado a morte a cerca de 50 pessoas e
deixado centenas de feridos.
O estado de
emergência, decretado domingo por Mohammed Morsi, entrou hoje em vigor em Port
Said, Suez e Ismailiya, as três cidades mais afetadas pelo violência.
Os protestos contra
o Presidente Morsi começaram na quinta-feira passada e subiram de tom no sábado
devido a condenação à morte de 21 pessoas, acusadas de provocar confrontos
durante um jogo de futebol em fevereiro de 2012, dos quais resultaram 71 mortos.
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