quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

CRISE DO EURO: HOLLANDE, O CAVALEIRO SOLITÁRIO




Les Echos, Frankfurter Allgemeine Zeitung - Presseurop

“François Hollande parte para a guerra contra o euro forte”, titula Les Echos, um dia depois do discurso do Presidente francês, no Parlamento Europeu, sobre o futuro da Europa. O diário escreve que durante a sua intervenção, Hollande defendeu uma política de mudança para a zona euro (para que o euro forte não prejudique a competitividade), com mais integração e solidariedade, bem como a criação de um orçamento para a zona euro.

Uma visão da Europa que contrasta com a dos britânicos (que defendem uma “Europa à la carte”) e dos alemães – que defendem o cenário de uma “Europa a duas velocidades” opondo os “bons” aos “maus alunos”. Ora, essa “estratégia assumida de confrontação com a Alemanha pode infletir o curso da Europa”, sendo arriscada, escreve Les Echos:

Para se fazer ouvir é necessário ter aliados e não provocar a oposição daqueles que se quer fazer evoluir. [...] Passada a cimeira de Bruxelas prevista para este fim de semana sobre o orçamento europeu, [Hollande] decidiu relançar o debate, em nome do crescimento, sobre a suavização das restrições orçamentais. Por que não? Berlim não é o detentor das Tábuas da Lei. Mas tratando-se de embaraçar Angela Merkel antes das suas eleições [de setembro], o cálculo é arriscado [...].

Frankfurter Allgemeine Zeitung, por seu lado, responde à queixa do Presidente francês para quem os interesses nacionais ganharam terreno sobre os interesses europeus, referindo-se sobretudo ao Reino Unido e aos países menos generosos nas negociações orçamentais, como a Alemanha:

Hollande não deveria falar como se uns, imbuídos de heroico altruísmo, não pensem senão nos interesses europeus enquanto outros são frios egoístas. Não houve um único momento em que os vários governos de França não tenham lutado pelos interesses dos agricultores franceses. Na UE toda a gente participa na batalha pela redistribuição. [...] Mas ninguém pode imaginar seriamente que os Estados contribuintes aceitem sem condições tudo o que a Comissão e o Parlamento querem.

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