Ex-espiões
moçambicanos protestam à porta dos serviços de informações
20 de Fevereiro de
2013, 18:43
Maputo, 20 fev
(Lusa) - Cerca de 250 ex-espiões moçambicanos manifestaram-se hoje à porta da
sede dos serviços de informações em Maputo, contestando despedimentos e
exigindo o pagamento de pensões.
Na manifestação dos
veteranos, muitos dos quais do tempo da Guerra Fria e formados em Cuba e países
do bloco soviético, alguns ex-agentes afirmaram que só eles podem por cobro a
uma onda de raptos que assola a capital.
Adolf Beira,
porta-voz dos manifestantes, afirmou que em "nenhuma outra parte do
mundo" um agente dos serviços de informações pode ser dispensado"
como aconteceu em Moçambique.
Os manifestantes
acusam o governo de os ter dispensado injustamente e substituído por agentes
mais jovens e menos experientes.
"Se nos
marginalizarem, seremos todos testemunhas da tragédia que se está a desenrolar
no nosso país", afirmou Beira.
Os ex-agentes
afirmam que indivíduos no poder estão envolvidos na onda de raptos que começou
no final de 2011, que tem visado a comunidade empresarial.
"Estes raptos
não deveriam estar a acontecer, mas há pessoas cujo interesse é que eles
continuem, porque lhes rende dinheiro fácil", disse à agência AFP um
ex-agente, que se escusou a identificar-se.
"Eles sabem
que nós podemos combater isto", disse outro ex-agente.
Mais de 30
empresários e familiares de homens de negócios foram sequestrados no ano
passado em Moçambique e quase todos foram libertados mediante o pagamento de
avultados resgates.
No último fim de
semana, um conhecido empresário da área da restauração de Maputo, foi raptado,
por pessoas que vestiam uniforme da Polícia moçambicana.
Segundo a imprensa
moçambicana, o empresário continua em cativeiro e a família tem estado em
negociações com os raptores para o pagamento de resgate.
O vice-comandante
da polícia moçambicana, Jaime Basílio Monteiro, considerou
"preocupantes" os crimes cometidos por pessoas trajadas com uniforme
da polícia, declarando ser urgente atacar as "fraquezas" que se
verificam na corporação.
Jaime Basílio
Monteiro admitiu "alguma fraqueza" da polícia no combate aos
sequestros, adiantando, sem pormenorizar, que estão em curso ações para
estancar o problema.
PDF (AYC)
Bastonário dos
advogados moçambicanos diz que parcerias com portugueses disfarçam exercício
ilegal da profissão
21 de Fevereiro de
2013, 09:49
Maputo, 21 fev
(Lusa) - O bastonário dos advogados de Moçambique considera que as parcerias de
escritórios locais com portugueses são "um disfarce" do exercício
ilegal da advocacia em Moçambique, apontando a prática como "um dos
maiores desafios" da Ordem.
Gilberto Correia,
que vai abandonar a liderança da Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM),
afirma, em editorial do Boletim Informativo da OAM, que, a coberto dos acordos
de cooperação com escritórios de advogados locais, os advogados portugueses
instalam-se em Moçambique para exercer ilegalmente a atividade.
"Várias vezes,
sob o disfarce da formação, transmissão de conhecimento, gestão da parceria,
harmonização informática, entre outros, alguns advogados portugueses
instalam-se nos escritórios dos alegados parceiros em Maputo, onde praticam de
forma mais ou menos disfarçada atos próprios da profissão de advogado em
benefício de terceiros - clientes aqui em Moçambique", diz Gilberto
Correia.
Sem comentários:
Enviar um comentário