terça-feira, 16 de abril de 2013

COREIA DO NORTE REJEITA “DIÁLOGO HUMILHANTE” COM ESTADOS UNIDOS




EJ – MLL - Lusa

A Coreia do Norte declarou hoje que não vai participar num "diálogo humilhante" com os Estados Unidos, acrescentando que as negociações só serão possíveis se Washington abandonar a "política hostil" e as ameaças nucleares.

"Não nos opomos ao diálogo, mas não nos podemos sentar frente-a-frente a uma mesa de diálogo humilhante com a outra parte a fazer ameaças nucleares", disse um porta-voz da diplomacia norte-coreana, numa declaração publicadas pelos 'media' estatais.

"Enquanto os EUA mantiverem uma política hostil e chantagem nuclear (contra a Coreia do Norte), um diálogo sincero só pode ser mantido depois (de o Norte) preparar totalmente a dissuasão nuclear para eliminar a ameaça norte-americana de guerra nuclear", acrescentou.

Esta declaração surgiu um dia depois do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, ter concluído uma deslocação ao nordeste asiático, que se destinava a diminuir a tensão militar na península coreana e levar a China a ajudar a controlar Pyongyang.

Em Tóquio, Kerry afirmou que Washington estava pronto a falar com a Coreia do Norte mas que Pyongyang tinha de dar "passos significativos" para honrar os seus compromissos internacionais.

"Os Estados Unidos continuam abertos a negociações autênticas e credíveis sobre a desnuclearização, mas a responsabilidade é de Pyongyang", acrescentou.

O porta-voz norte-coreano afirmou que as recentes declarações de abertura por parte de responsáveis norte-americanos eram "uma conspiração" para evitar a responsabilidade por fazerem subir a tensão na península coreana, com o único objetivo de eliminar as armas nucleares da Coreia do Norte.

Há várias semanas que Pyongyang insiste numa retórica de guerra e já reiterou a ameaça de que a península coreana se dirigia para uma guerra "termonuclear", aconselhando os estrangeiros a deixarem a Coreia do Sul.

Em fevereiro, a Coreia do Norte realizou o terceiro ensaio nuclear que levou à condenação da comunidade internacional e ao aumento das sanções por parte das Nações Unidas, elevando ainda a tensão na região da península coreana com ameaças de ataques contra os Estados Unidos e Coreia do Sul.

Tecnicamente, as duas Coreias continuam em guerra, uma vez que o conflito de 1950-53 não terminou com a assinatura de um tratado de paz.

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