domingo, 19 de maio de 2013

Portugal: PASSOS NÃO SABE O QUE DIZ




Pedro d'Anunciação – Sol, opinião

Marcelo Rebelo de Sousa advertiu outro dia que Passos Coelho, sempre a dizer uma coisa e o oposto, ora anunciando uma medida, ora avançando afinal com outra, tinha já caído no descrédito total.

Um amigo meu golfista, de resto assumidamente de direita e por isso preferindo este Governo a um do PS, acha que Passos Governa como no golfe se usa uma bola ‘just in case’. A bola ‘just in case’ é a que se usa, até se encontrar outra, que não se tinha a certeza de onde estava. Ora Passos parece vir a seguir esse caminho. Nunca tem a certeza de nada, de maneira que vai anunciando medidas, que os cidadãos devem entender como bolas ‘just in case’. 

Na realidade, Passos simplesmente não sabe o que diz. Ou então escusava de ter declarado que as medidas anunciadas em 3 de Maio passado (dispensa de funcionários públicos, aumento da idade da reforma e contribuição especial sobre pensões) não «têm consequências directas para os cidadãos» fora da esfera da administração pública. O primeiro-ministro não terá ainda percebido que o asfixiar da economia atinge praticamente toda a gente? E que as suas tentativas de virar cidadãos contra cidadãos (os velhos e reformados contra os novos que ainda não pensam nas reformas, como fez há tempos, ou agora os funcionários públicos contra os da privada), além de serem eticamente reprováveis e esteticamente feias, são simplesmente mentira. Todos apanhamos por tabela. 

Enfim, Passos não sabe o que diz. Mas não se lhe vislumbra a alternativa pronta. Embora eu acredite na Sociedade Civil, como parte da democracia (já poucos se lembram do que Sá Carneiro e Lucas Pires tentaram explicar sobre o assunto), e portanto acredite que não só no Parlamento os Governos caem – ainda não vejo a alternativa afinada.

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