sábado, 22 de junho de 2013

Portugal: DEVORISTAS




Fernanda Mestrinho – Jornal i, opinião

Este governo desafia as leis ou não as cumpre, como o subsídio de férias. Já foi desautorizado por várias câmaras municipais. Outro tique irritante é a demagogia. Não tem responsabilidade na herança que recebeu, mas em como a tem utilizado.

Tem um número na boca: 90 por cento. Acima dos 600 euros, ou, no caso do subsídio de férias, 1100 euros, são ricos e podem esperar. Restam, pois, os 10 por cento que pagam tudo: impostos, taxas moderadoras, os filhos, os pais e os avós. Quanto aos 20 por cento de desempregados, estão fora das contas.

Como estão os devoristas. Na monarquia assim eram chamados no rotativismo partidário. Se não estavam no governo estavam no Crédito Predial. Agora é igual, ou estão no poder ou na banca.

Com informação e ensino chegou a globalização e as sociedades estão em revolta na Turquia ou na Grécia, em Espanha, França e Itália. Tudo serve de rastilho.

Portugal é dos países mais desiguais da Europa e bem colocado no ranking da corrupção. Cada dia que passa, muitos que estavam, ainda, nos 10 por cento, desaguam na pobreza perante a incompetência deste governo e a ganância dos devoristas.

Por isso, pais e alunos não se têm levantado, como alguns esperavam, contra a greve dos professores. Nem críticas à greve geral do próximo dia 27. Em cada casa há um reformado, um desempregado ou um funcionário público, todos alvos a abater.

A solução não passa só por Portugal, mas podemos transformar este sítio num caso de decência. Não é pedir muito.

Jornalista/advogada - Escreve ao sábado

Devoristas: Devorismo foi a designação, inicialmente pejorativa, dada ao grupo político que se instalou no poder nos anos imediatos à vitória liberal na Guerra Civil Portuguesa, em especial no período entre 24 de Setembro de 1834 e 9 de Setembro de 1836. Está em vigor a Carta Constitucional de 1826. De acordo com Oliveira Martins,1 o termo devorismo ou devoristas resulta de uma Carta de Lei datada de 15 de Abril de 1835, em que se colocavam à venda em hasta pública os bens nacionais, facilitando, assim, o acesso a estes bens aos chefes liberais. (Extrato da definição em Wikipédia, acrescentada por PG)

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