Fernanda Mestrinho –
Jornal i, opinião
Este governo
desafia as leis ou não as cumpre, como o subsídio de férias. Já foi
desautorizado por várias câmaras municipais. Outro tique irritante é a
demagogia. Não tem responsabilidade na herança que recebeu, mas em como a tem
utilizado.
Tem um número na
boca: 90 por cento. Acima dos 600 euros, ou, no caso do subsídio de férias,
1100 euros, são ricos e podem esperar. Restam, pois, os 10 por cento que pagam
tudo: impostos, taxas moderadoras, os filhos, os pais e os avós. Quanto aos 20
por cento de desempregados, estão fora das contas.
Como estão os devoristas.
Na monarquia assim eram chamados no rotativismo partidário. Se não estavam no
governo estavam no Crédito Predial. Agora é igual, ou estão no poder ou na
banca.
Com informação e
ensino chegou a globalização e as sociedades estão em revolta na Turquia ou na
Grécia, em Espanha, França e Itália. Tudo serve de rastilho.
Portugal é dos
países mais desiguais da Europa e bem colocado no ranking da corrupção. Cada
dia que passa, muitos que estavam, ainda, nos 10 por cento, desaguam na pobreza
perante a incompetência deste governo e a ganância dos devoristas.
Por isso, pais e
alunos não se têm levantado, como alguns esperavam, contra a greve dos
professores. Nem críticas à greve geral do próximo dia 27. Em cada casa há um
reformado, um desempregado ou um funcionário público, todos alvos a abater.
A solução não passa
só por Portugal, mas podemos transformar este sítio num caso de decência. Não é
pedir muito.
Jornalista/advogada
- Escreve ao sábado
Devoristas: Devorismo foi
a designação, inicialmente pejorativa, dada ao grupo político que se instalou
no poder nos anos imediatos à vitória liberal na Guerra Civil Portuguesa, em
especial no período entre 24 de
Setembro de 1834 e 9 de
Setembro de 1836. Está em vigor a Carta Constitucional de 1826.
De acordo com Oliveira Martins,1 o termo devorismo ou devoristas resulta
de uma Carta de Lei datada de 15 de Abril de
1835, em que se colocavam à venda em hasta pública os bens nacionais,
facilitando, assim, o acesso a estes bens aos chefes liberais. (Extrato da
definição em Wikipédia, acrescentada por PG)
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