Sergio Domingues –
Diário Liberdade, opinião
A Grécia acaba de
encerrar o vigésimo trimestre consecutivo de recessão econômica. O desemprego
chegou ao recorde de 26,7%, quatro pontos acima do mesmo período de 2012.
Enquanto isso, a dívida pública grega saiu dos 112% do PIB, em 2008, para
previstos 176%, em 2013.
Tudo isso é obra
das intervenções da "Troika", que reúne Banco Central Europeu, FMI e
Comissão Europeia. Desde que elas começaram, em 2010, o desemprego aumentou
mais de 129%. E os jovens amargam uma taxa de desocupação de 65%, a mais alta da
União Europeia.
Mas já em 2012,
havia quem antecipasse este cenário quase apocalíptico. Trata-se do documento
de um coletivo político grego chamado "Committee of the Free State
Movement", algo como "Comitê do Movimento pelo Fim do Estado".
O texto começa
dizendo que as medidas impostas pela Troika jamais pretenderam melhorar a
situação econômica grega. Ao contrário, o objetivo seria escravizar seu povo e
destruir a nação. Seria produto de um novo "totalitarismo" que,
talvez, se mostre "tão mortal e ainda mais perigoso do que a violência
militar usada pelo nazismo de Adolph Hitler".
Segundo o documento:
...enquanto Hitler
tentou subjugar os povos com violência crua, o totalitarismo atual usa meios de
enganação e manipulação, que tiram proveito das realizações mais
extraordinárias da ciência e da tecnologia do século 20. Esconde sua verdadeira
agenda: um programa de destruição e uma ideologia da morte, embutidos na
complexidade de mecanismos econômicos e financeiros modernos.
A mesma lógica valeria
para Portugal, Itália, Espanha e Irlanda. Os três membros da Troika neoliberal
espalham mais terror na Europa que os quatro cavaleiros do Apocalipse.
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