O Presidente
moçambicano, Armando Guebuza, defendeu a necessidade de se manter o diálogo com
a Renamo, um dia depois de tropas governamentais terem tomado a principal base
militar do maior partido da oposição.
O tempo, disse
Guebuza, "não é apropriado para inimizades, pois o maior perdedor é o povo
moçambicano".
E acrescentou:
"Este não é o tempo para perguntar o que está certo e está errado. Se
alguém pensa que está certo, então que traga a sua posição para a mesa do
diálogo".
O chefe de Estado
moçambicano, que falava em Mucheve, no segundo dia da sua presidência aberta em
Sofala, acusou a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) pelos recentes
confrontos armados, na serra da Gorongosa, também naquela província do centro
do país.
Mucheve é
considerado uma praça-forte da Renamo, uma vez que foi naquela zona que nasceu
o seu líder, Afonso Dhlakama, mas residentes naquele distrito, citados pela
Agência de Informação de Moçambique, insistiram na necessidade de se
"salvaguardar a paz".
Moçambique vive a
sua pior crise política e militar desde a assinatura do Acordo Geral de Paz
(AGP) em 1992, após o exército moçambicano ter desalojado na segunda-feira o
líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da
oposição, Afonso Dhlakama, da base onde se encontrava aquartelado há mais de um
ano, no centro do país.
Afonso Dhlakama e o
secretário-geral da Renamo, Manuel Bissopo, fugiram para local incerto,
enquanto as forças de defesa e segurança moçambicanas mantém a ocupação da
residência do líder do movimento, em Sandjunjira, na província de Sofala, e o
partido denunciou o acordo de paz assinado em 1992 com a Frelimo.
Entretanto, homens
armados da Renamo ocuparam hoje e assumiram o controlo da vila de Maríngué, na
Gorongosa, constatou a Lusa no local.
Em junho último,
elementos da Renamo levaram a cabo ataques contra autocarros e camiões na
região de Machanga, também no centro de Moçambique, que se saldaram em pelo
menos três mortos e seis feridos e que levou o exército a fazer escoltas
militares na principal estrada da região.
O partido de
Dhlakama reivindicou ainda a morte de 36 militares e polícias das forças de
defesa e segurança moçambicanas, a 10 e 11 de agosto, numa "ação de
autodefesa", no centro do país, e o líder da Renamo já tinha condicionado
as negociações com o Presidente Armando Guebuza à retirada do exército da serra
da Gorongosa.
Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário