Projeto brasileiro
de Rede de Instituições Públicas de Educação Superior abre gabinete na sede da
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa, para reforçar a
cooperação no ensino e ciência no espaço lusófono.
Rede de
Instituições Públicas de Educação Superior (RIPES), idealizada pela
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) passa
a dispor de gabinete próprio no edifício sede da Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa.
A inauguração do gabinete RIPES contou com a presença de Murade Murargy, Secretário Executivo da CPLP e de Nilma Gomes, Reitora da UNILAB.
Com o novo gabinete espera-se ver reforçada a cooperação no ensino e ciência no espaço lusófono.
Nilma Gomes,
Reitora da UNILAB explicou, em declarações à TV Ciência, que «o foco central da
Rede RIPES são os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e Timor
Leste, porque o nosso objetivo da cooperação internacional Sul- Sul é
fortalecer as universidades desses países, muitas das quais estão em processo
ainda de consolidação».
Nesse sentido, «o nosso objetivo é fortalecer ainda mais o que já faz parte dos propósitos da CPLP que é a cooperação entre os países parceiros e que fazem parte da CPLP no sentido de incrementar a mobilidade estudantil, de professores, de instituições públicas do Brasil e dos PALOP e Timor-Leste e temos como objetivo também melhorar a nossa capacidade de comunicação e realizar investigação conjunta», afirmou a Reitora da UNILAB.
Com um financiamento garantido para três anos, o projeto RIPES tem já alvo definido. «Estamos a pensar num primeiro momento no estado-de-arte da educação superior nos PALOP e Timor Leste e outras formas de pesquisa que vamos também realizar», explica Nilma Gomes.
Para além de na fase inicial prever a realização de um diagnóstico ao ensino superior nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa e em Timor Leste, que prevê um levantamento sobre legislação, licenciaturas, cursos de pós-graduação, financiamento e mobilidade académica, a RIPES vai intervir com outras ações.
Nilma Gomes explicou que têm «como objetivo a realização de seminários, seminários internacionais, oficinas. O objetivo da RIPES é aprimorar e dar continuidade a um trabalho de cooperação académica que também já faz parte da CPLP e que é um dos objetivos da criação da nossa Universidade como integração internacional da lusofonia afro-brasileira».
A RIPES prevê dinamizar o veículo de comunicação entre as instituições públicas de ensino superior dos PALOP e Timor-Leste e, para isso, vai fazer uma forte aposta na promoção da mobilidade dos recursos humanos.
«A Rede prevê entre as universidades parceiras um trabalho de cooperação académica no sentido da realização de estudos e pesquisas e investigações, assim como criarmos um canal de comunicação, um portal de comunicação para que as universidades conheçam mais entre si e de si e possamos publicamente falar o que as universidades públicas dos países de língua e expressão de língua portuguesa têm produzido, que produção do conhecimento é essa, troca de saberes», explicou. Para além disso, afirmou a Reitora da UNILAB «temos como objetivo a mobilidade estudantil, de técnicos administrativos e de professores».
O gabinete da RIPES em Lisboa vai contar com um gestor de projetos e um especialista em comunicação para garantir uma ligação facilitadora e permanente com a CPLP.
«Vamos ser geridos dentro do Fundo da CPLP e a RIPES vai implementar, intensificar este trabalho que a CPLP já faz, no caso com a mobilidade académica, por isso vamos criar links e precisamos aqui de alguém que dialogue diretamente com a CPLP e com os países parceiros», pelo que «ter um escritório na CPLP em Lisboa, do ponto de vista operacional, vai-nos ajudar na gestão do projeto», afirmou Nilma Gomes.
Durante os próximos três anos, a RIPES prevê definir uma estratégia de financiamento junto dos governos, empresas, organismos internacionais e sociedade civil para garantir, a longo prazo, a sustentabilidade da Rede.
Jornalista: Lúcia
Vinheiras Alves / Imagem e Edição: António Manuel – TV Ciência
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