O presidente da
UNITA, Isaías Samakuva, defendeu no seu discurso de fim de ano um
"contrato social" para Angola, para substituir o que considerou ter
"ruído e falido" devido às violações da Constituição pelo Governo.
"Quando a
Constituição é pisada todos os dias por quem a devia proteger, quando o futuro
dos filhos da nação é sequestrado por quem o devia proteger, quando o Governo
entra em conflito aberto com o povo e passa a violentar a dignidade da pessoa
humana, quando o executivo se torna o epicentro da corrupção, então a nação
precisa de celebrar um novo contrato social", disse Samakuva na sua
mensagem distribuída à imprensa.
Para o líder da
União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), nenhum dos
diversos acordos assinados para a paz de Angola teve o mérito de produzir o
contrato social angolano.
"Parece haver
um consenso nacional sobre o diagnóstico dos passivos históricos, das
debilidades estruturais e dos problemas mal resolvidos que enfermam a conspeção
no nosso país e a génese do nosso Estado", sublinhou Samakuva na sua
mensagem.
O líder do maior
partido da oposição angolana referiu que o novo contrato social deve ser
"pacífico, livre, consensual e democrático", visando "reformas
ou transformações culturais e estruturais profundas, que, pela sua natureza e
dimensão, configuram uma revolução democrática.
"Revolução no
conceito de Angola, revolução na forma de participação política dos cidadãos,
revolução na forma de gerir a economia, revolução nas políticas públicas para a
educação, emprego, saúde e habitação, revolução na administração da justiça,
revolução na descentralização do poder", definiu.
Segundo o líder da
UNITA, "a paz militar está consolidada, mas a paz civil tarda a
chegar", demonstrando os acontecimentos de 2013 que "ela ficou mais
longe".
"Algo está
errado. Sim, algo está errado, porque quando há crescimento regular da riqueza
nacional, ou seja do Produto Interno Bruto, e não há crescimento do bem-estar dos
nacionais, ou seja, da Felicidade Interna Bruta, algo está errado",
considerou.
O aumento das
despesas militares em detrimento da despesa pública social no Orçamento Geral
do estado para 2014, é uma demonstração para a UNITA de que "o ano de 2014
será pior" que o ano que termina.
"Tal como nos
anos anteriores, o ano de 2013 foi também uma combinação perversa de imensas
oportunidades de crescimento para uns poucos, com o estado de miséria, ignorância
e sofrimento da grande maioria dos angolanos. E tudo indica que o ano de 2014
será pior", disse Isaías Samakuva.
Notícias ao Minuto
com Lusa – foto cache da Lusa
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