terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Tailândia: Estado de emergência decretado em Banguecoque durante 60 dias

 


Banguecoque, 21 jan (Lusa) -- O Governo da Tailândia declarou hoje estado de emergência durante 60 dias, a partir de quarta-feira, em Banguecoque e arredores para impedir a realização de novos protestos e manifestações que exigem a demissão do Governo.
 
"O Governo decidiu invocar o decreto de emergência para resolver a situação e para garantir a aplicação da lei", disse o vice-primeiro-ministro, Surapong Tovichakchaikul, sublinhando que os protestos estavam a impedir o funcionamento de ministérios, bloqueados por manifestantes.
 
A decisão surge na sequência de semanas de manifestações na cidade que resultaram em várias ações violentas, incluindo ataques com granadas e tiros, com cada uma das partes a culpar a outra.
 
A primeira-ministra tailandesa, Yingluck Shinawatra, enfrenta um coro de protestos e está a ser muito pressionada pelos manifestantes para se demitir depois de dois meses de manifestações contra o seu governo e a favor da instalação de um "conselho popular".
 
Shinawatra antecipou eleições para fevereiro, mas o maior partido da oposição está a boicotar o ato eleitoral, com os manifestantes a impedirem os candidatos de se registarem em alguns círculos eleitorais no sul do país, de acordo com a agência AFP.
 
O ministro do Trabalho, Chalerm Yubamrung, que vai supervisionar a aplicação do estado de emergência, garantiu que a Tailândia vai cumprir os padrões internacionais: "Não vamos usar a força, não temos uma política de dispersão dos manifestantes e não anunciámos ainda um recolher obrigatório".
 
A Tailândia é frequentemente abalada por confrontos políticos que se tornam sangrentos, principalmente desde que o antigo primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, o irmão mais velho da atual líder do Executivo, foi expulso do Governo por generais ligados às elites próximas da realeza, num golpe há sete anos.
 
A monarquia tailandesa tem grande apoio popular e não é contestada, mas as lutas pelo poder na Tailândia opõem forças conotadas com as elites tradicionais do país e defensores de Thaksin Shinawatra, acusado de corrupção, cuja base de apoio está nas zonas rurais e nas camadas mais desfavorecidas da população.
 
MBA // JMR - Lusa
 

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