Banguecoque, 21 jan
(Lusa) -- O Governo da Tailândia declarou hoje estado de emergência durante 60
dias, a partir de quarta-feira, em Banguecoque e arredores para impedir a
realização de novos protestos e manifestações que exigem a demissão do Governo.
"O Governo
decidiu invocar o decreto de emergência para resolver a situação e para
garantir a aplicação da lei", disse o vice-primeiro-ministro, Surapong
Tovichakchaikul, sublinhando que os protestos estavam a impedir o funcionamento
de ministérios, bloqueados por manifestantes.
A decisão surge na
sequência de semanas de manifestações na cidade que resultaram em várias ações
violentas, incluindo ataques com granadas e tiros, com cada uma das partes a
culpar a outra.
A primeira-ministra
tailandesa, Yingluck Shinawatra, enfrenta um coro de protestos e está a ser
muito pressionada pelos manifestantes para se demitir depois de dois meses de
manifestações contra o seu governo e a favor da instalação de um "conselho
popular".
Shinawatra
antecipou eleições para fevereiro, mas o maior partido da oposição está a
boicotar o ato eleitoral, com os manifestantes a impedirem os candidatos de se
registarem em alguns círculos eleitorais no sul do país, de acordo com a
agência AFP.
O ministro do
Trabalho, Chalerm Yubamrung, que vai supervisionar a aplicação do estado de
emergência, garantiu que a Tailândia vai cumprir os padrões internacionais:
"Não vamos usar a força, não temos uma política de dispersão dos
manifestantes e não anunciámos ainda um recolher obrigatório".
A Tailândia é
frequentemente abalada por confrontos políticos que se tornam sangrentos,
principalmente desde que o antigo primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, o irmão
mais velho da atual líder do Executivo, foi expulso do Governo por generais
ligados às elites próximas da realeza, num golpe há sete anos.
A monarquia
tailandesa tem grande apoio popular e não é contestada, mas as lutas pelo poder
na Tailândia opõem forças conotadas com as elites tradicionais do país e
defensores de Thaksin Shinawatra, acusado de corrupção, cuja base de apoio está
nas zonas rurais e nas camadas mais desfavorecidas da população.
MBA // JMR - Lusa
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