quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Aumentam bebés e crianças sujeitas à mutilação genital feminina na Guiné-Bissau

 


Há cada vez mais bebés e crianças com menos de quatro anos sujeitas à mutilação genital feminina na Guiné-Bissau, alertou hoje a delegação no país do Fundo das Nações Unidas para as Crianças (UNICEF).
 
"Infelizmente, os dados mostram que, cada vez mais, a prática é feita nas meninas menores de quatro anos e bebés com idade inferior a 12 meses", refere a organização em comunicado, a propósito do Dia Internacional de Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina, que hoje se assinala.
 
Os dados do Inquérito de Indicadores Múltiplos na Guiné-Bissau, documento estatístico relativo a 2010, indicam que metade das mulheres do país "com idades compreendidas entre os 15 e 49 anos ainda sofrem desta prática".
 
"Estima-se que entre 272 a 500 mil meninas e mulheres estão exposta à mutilação genital", acrescenta.
 
Apesar dos números, "vários progressos foram conseguido no país", destaca o UNICEF, realçando a aprovação pela Assembleia Nacional Popular de uma lei que proíbe e o compromisso dos líderes religiosos para abandono da mutilação genital.
 
A excisão ou mutilação dos órgãos genitais femininos é uma prática com tradições seculares que persiste em muitas comunidades com o objetivo de condicionar a liberdade sexual das mulheres até ao casamento - que em muitos casos é negociado pela família, sendo a mutilação um requisito.
 
A prática é responsável pela morte de crianças e mulheres devido a problemas como hemorragias ou infeções, pela falta de condições em que é praticada, e é causa frequente de traumas físicos e psicológicos para quem sobrevive.
 
Diário de Notícias - Madeira
 

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