O economista moçambicano
Tomaz Salomão, ex-secretário executivo da SADC, apontou no 19.02 a existência
de grupos internacionais a financiar conflitos em África para “tirar proveito
dos recursos dos países africanos” e apelou à estabilização em Moçambique.
“A história do
nosso continente mostra que, em vários países, enquanto os nacionais lutam
entre si, há aqueles que vão tirando partido dessas situações, estimulando-as
por via da venda de armas, para assim poderem continuar a extrair os nossos
recursos nacionais”, afirmou Tomaz Salomão.
O antigo secretário
executivo da SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral)
apelou aos dirigentes do Governo moçambicano e da Renamo para “enterrarem os
machados da guerra”, para que Moçambique evite uma situação idêntica à da
Republica Democrática do Congo. “Junto a minha voz à de tantos outros compatriotas
para apelar ao Governo e à Renamo para que tudo façam, de modo a que o machado
da guerra seja definitivamente, enterrado e as armas se calem para sempre em
Moçambique”, apelou Tomaz Salomão.
Com repetidos confrontos
armados entre forças governamentais e ex-guerrilheiros da Renamo, Moçambique
vive actualmente a pior tensão político-militar desde a assinatura dos acordos
de paz de 1992 entre a Renamo e a Frelimo, que puseram termo a 15 anos de
guerra civil.
O economista
moçambicano destacou a crescente importância da SADC no contexto político,
económico e social do continente africano, cujo Produto Interno Bruto (PIB)
das economias dos 15 países que compõe a comunidade é de “650 mil milhões de
dólares”, ainda assim, “inferior ao da Turquia sozinha”, alertando ainda
Moçambique sobre os baixos rendimentos da sua população.
“Não obstante os
esforços feitos na recuperação económica de Moçambique, o nosso PIB per capita
continua a ser um dos mais baixos da região, estando apenas acima do Maláui,
Madagáscar e República Democrática do Congo, e estando a par da Tanzânia”,
sublinhou Tomaz Salomão.
O antigo ministro
das Finanças no governo de Joaquim Chissano foi um dos oradores da cerimónia
de arranque do novo ano letivo da Universidade Politécnica, em Maputo, onde
apresentou a palestra “Preparando as mulheres e os homens para os desafios de
amanhã”.
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