domingo, 2 de março de 2014

Economista moçambicano acusa grupos internacionais de financiar conflitos em África


Folha 8 - 22 fevereiro 2014

O econo­mista mo­çambicano Tomaz Sa­lomão, ex­-secretário executivo da SADC, apontou no 19.02 a existência de gru­pos internacionais a finan­ciar conflitos em África para “tirar proveito dos recursos dos países africa­nos” e apelou à estabiliza­ção em Moçambique.

“A história do nosso con­tinente mostra que, em vários países, enquanto os nacionais lutam entre si, há aqueles que vão tirando partido dessas situações, estimulando-as por via da venda de armas, para as­sim poderem continuar a extrair os nossos recursos nacionais”, afirmou To­maz Salomão.

O antigo secretário execu­tivo da SADC (Comunida­de para o Desenvol­vimento da África Austral) apelou aos dirigentes do Governo moçambica­no e da Re­namo para “enterrarem os machados da guerra”, para que Moçambique evite uma situação idêntica à da Republica Democrática do Congo. “Junto a minha voz à de tantos outros compatrio­tas para apelar ao Gover­no e à Renamo para que tudo façam, de modo a que o machado da guerra seja definitivamente, en­terrado e as armas se calem para sempre em Mo­çambi­que”, ape­lou To­maz Salo­mão.

Com re­petidos con­frontos armados entre forças governamen­tais e ex-guerrilheiros da Renamo, Moçambique vive actualmente a pior tensão político-militar desde a assinatura dos acordos de paz de 1992 en­tre a Renamo e a Frelimo, que puseram termo a 15 anos de guerra civil.

O economista moçambi­cano destacou a crescente importância da SADC no contexto político, econó­mico e social do continen­te africano, cujo Produto Interno Bruto (PIB) das economias dos 15 países que compõe a comunida­de é de “650 mil milhões de dólares”, ainda assim, “inferior ao da Turquia sozinha”, alertando ainda Moçambique sobre os bai­xos rendimentos da sua população.

“Não obstante os esforços feitos na recuperação eco­nómica de Moçambique, o nosso PIB per capita con­tinua a ser um dos mais baixos da região, estando apenas acima do Maláui, Madagáscar e República Democrática do Congo, e estando a par da Tan­zânia”, sublinhou Tomaz Salomão.

O antigo ministro das Fi­nanças no governo de Joa­quim Chissano foi um dos oradores da cerimónia de arranque do novo ano le­tivo da Universidade Poli­técnica, em Maputo, onde apresentou a palestra “Preparando as mulheres e os homens para os desa­fios de amanhã”.

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