Jornal de Angola –
editorial - 24 de Maio, 2014
O uso da Internet
em Angola ganha espaço na vida de milhares de angolanos, numa altura em que o
número de utilizadores de meios informáticos cresce significativamente em todo
o país
O crescente uso das
tecnologias de informação por parte das instituições do Estado, empresas e
famílias constitui um exemplo claro de que Angola está a avançar como uma
Sociedade de Informação.
O uso da rede mundial que liga as pessoas através de computadores para os mais
variados fins, os pagamentos electrónicos, o acesso às páginas de instituições
públicas e privadas para a obtenção de informações, apenas para dar estes
exemplos, são uma realidade em todo o país há já vários anos. Precisamos de
fazer do acesso à Internet, com celeridade, segurança e qualidade, uma
ferramenta para melhoria da qualidade de vida.
A apreciação e discussão da importância estratégica do Ministério das
Telecomunicações e Tecnologias de Informação, o Plano Estratégico de Governação
Electrónica e a proposta de Decreto Presidencial sobre o Plano Nacional da
Sociedade de Informação por parte da Comissão para a Economia Real do Conselho
de Ministros foi um passo importante. Aquele órgão avaliou as condições e
estado das comunicações no país e, particularmente, o método através do qual governantes
e governados estejam mais próximos por via das tecnologias de informação.
Os tempos modernos e a dinâmica da vida em sociedade recomendam maior
aproximação entre o Governo e as comunidades, para que os projectos sejam
inteiramente do conhecimento e domínio de todos.
O Executivo há muito que aposta nesta lógica de interacção com a população,
razão pela qual gizou o Plano Estratégico para a Governação Electrónica até
2017 que, entre outros objectivos, visa alcançar uma maior integração dos
esforços, chegar rapidamente ao cidadão comum e dar primazia à prestação
de serviços e à qualificação por via do uso das tecnologias. De acordo
com o programa, a governação electrónica busca “uma governação focada em tornar
os serviços públicos mais orientados, relevantes e acessíveis ao cidadão comum
e às empresas, em todo o território nacional, com particular atenção aos mais
desfavorecidos e suportados pela modernização dos processos, pela qualificação
dos funcionários públicos e por infra-estrutura viável”.
Cerca de dez anos após os primeiros passos que permitiram a experimentação da
governação electrónica, hoje ela é uma realidade em vários ministérios e
instituições públicas.
Tem razão o secretário de Estado das Tecnologias de Informação quando defende
maior coordenação entre diversos intervenientes, atendendo a que se trata de
uma ferramenta vasta e complexa.
A relação entre o Executivo e os Governos Provinciais, entre o Executivo e o
cidadão e entre o Executivo e empresas fica melhor servida com a governação
electrónica.Trata-se de um instrumento útil e prático porque vai ajudar a
minimizar elevados gastos que as instituições, as empresas e as famílias fazem
na interacção entre si.
Os esforços de progresso não podem ficar reféns de diligências e procedimentos
acauteláveis por via de meios informáticos, cuja segurança e fiabilidade devem
estar inteiramente assegurados. A necessidade de mecanismos internos ou uma
rede privativa que interligue o Executivo aos Governos Provinciais com
qualidade, velocidade e segurança, vai acelerar o exercício de governação com
impacto nas vidas das populações.
Os angolanos estão satisfeitos com o aumento das formas através dos quais se
pode acelerar e melhorar os canais de acesso à Administração Pública e ao
Governo por via da Internet.
Acreditamos que os beneficiários dos serviços enaltecem a forma como as
instituições do Estado se empenham para melhorar o acesso à Internet, a
qualidade da interacção, em todo o território nacional e para todas as camadas
socioeconómicas. Tudo isto para avançarmos como uma verdadeira Sociedade de
Informação, com instituições, empresas e famílias a interagirem com vantagens
recíprocas no que ao tempo, os custos e aos benefícios diz respeito.
O Estado pretende que todos os passos no caminho da Sociedade de Informação
contribuam para o progresso, bem-estar das famílias e aumento da
competitividade das empresas. É importante que todos os utilizadores deste
importante instrumento para ligar pessoas, instituições, famílias e empresas
façam uso das tecnologias de informação em conformidade com as leis vigentes no
nosso país.
Em Angola, os crimes com o concurso das tecnologias de informação sofrem as
correspondentes sanções legais, razão pela qual importa cumprirmos com os
pressupostos legais para todos beneficiarmos da Sociedade de Informação. A
Internet é uma ferramenta importante mas tem que ser usada dentro das normas
legais e no respeito escrupuloso pelas liberdades e garantias. Violações aos
direitos de personalidade são inadmissíveis.
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