segunda-feira, 23 de junho de 2014

Cabo Verde: O silencioso debate sobre a segurança social



André Amaral – Expresso das Ilhas (cv)

Debate sobre segurança social ficou marcado pelo silêncio que se seguiu ao discurso de abertura do debate feito por Joanilda Alves do PAICV.

A sessão parlamentar de Julho começa hoje com um debate sobre a situação actual da segurança social e da sua sustentabilidade.

Iniciativa do PAICV, o debate serve, segundo a carta enviada ao Presidente da Assembleia Nacional, para apurar qual a situação do sistema de assistência social de Cabo Verde.

No discurso que abriu o debate, Joanilda Alves referiu que o crescimento da taxa de cobertura da assistência social é visível através do número de pessoas que recebem apoio do estado e que a base contributiva e o número de beneficiários "quase duplicou", referiu esta deputada do PAICV.

No entanto, a seguir ao discurso de abertura feito pela deputada do PAICV, nem os deputados do MpD ou os membros do governo tomaram a palavra, o que levou Felisberto Vieira a questionar o MpD, perguntando se o maior partido da oposição "está de acordo com os ganhos e o trabalho feito pelo INPS". "Assim terminamos com o debate", reforçou.

Coube, por isso, a João Santos Luís, da UCID, a abertura do debate, dizendo que algo tem de ser feito sobre as dívidas do INPS que ascendem, segundo Joanilda Alves, a 5 milhões de contos, um valor superior ao que os deputados do MpD dizem conhecer, pois, segundo Abraão Vicente, "a dívida do INPS é de 4 milhões de contos".

Por sua vez, Janira Hopffer Almada, defendeu que o governo alargou a base contributiva, mas também o número de beneficiários, que quase duplicou.

"Neste momento estamos a concluir o processo legislativo que permite aos sindicatos e empregadores participarem na gestão do INPS", referiu o primeiro-ministro quando tomou a palavra.

"Os dados demonstram claramente que as despesas estão sob controlo", defendeu José Maria Neves que assegurou de seguida que todas as prestações estão a aumentar todos os anos. 

A intervenção de José Maria Neves exaltou os ânimos quando o primeiro-ministro afirmou "que quando se trata de um familiar de um dirigente do MpD a ser contratado para um cargo público é porque é uma pessoa competentes, mas se acontece o contrário, se a pessoa contratada é familiar do PAICV aí já se trata de um crime", disse, o que motivou a reacção imediata de Elísio Freire que acusou o primeiro-ministro de ser "pouco democrático e pouco ético ao dizer que se os outros são nepotistas nós também podemos ser". "O senhor primeiro-ministro não está interessado na moralização da função pública. A sua intervenção é a de quem se vê ao espelho", reforçou Abraão Vicente.

Declarações que motivaram uma reacção de Felisberto Vieira e que levaram o líder parlamentar do PAICV a acusar o MpD de ser "perito em assassinar caracteres e em fulanizar a política baseada em factos que não se confirmam".

Sem comentários:

Mais lidas da semana