Lisboa,
28 jul (Lusa) -- A Coligação para a Restauração de um Estado de Direito (CORED)
na Guiné Equatorial felicitou a Plataforma Portuguesa das Organizações
não-governamentais para o Desenvolvimento pela decisão de suspender o estatuto
de observadora consultiva da CPLP.
No
passado dia 23, a
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) aprovou a entrada da Guiné
Equatorial na organização, uma reivindicação antiga do Governo, liderado desde
1979 pelo Presidente Teodoro Obiang, e contestada por várias organizações da
sociedade civil, que alegam o facto de poucos falarem português e acusam o
regime de várias violações de direitos humanos.
Em
nota a que a Lusa teve hoje acesso, a CORED considera de "corajosa" a
decisão da Plataforma Portuguesa das Organizações não-governamentais para o
Desenvolvimento, tomada na sexta-feira, após a CPLP ter admitido a Guiné
Equatorial como membro de pleno direito.
"Esta
decisão corajosa em protesto ao apoio que está recebendo o déspota que dirige o
nosso país há 35 anos a partir do qual os democratas dizem, é, ao mesmo tempo,
um sinal inequívoco de solidariedade para com o povo oprimido da Guiné
Equatorial, na sua luta desigual contra o regime ultrajante e seus associados
internos e externos", lê-se no comunicado desta coligação da oposição.
Em
carta dirigida ao secretário-executivo da CPLP, Murade Murargy, com
conhecimento do secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação,
Luís Campos Ferreira, dos embaixadores dos Estados-membros da organização
lusófona e dos restantes observadores consultivos, a Plataforma comunicou ainda
que, na próxima assembleia-geral, "será levada a votação a proposta de
exclusão definitiva como observadora consultiva" da organização lusófona.
"A
CPLP não é -- nem pode converter-se -- num clube de negócios, em que os
interesses estritamente económicos de uma elite se sobrepõem aos direitos
humanos e à dignidade de muitos", considerou a Plataforma, presidida por
Pedro Krupenski e que integra várias organizações.
A
propósito, a CORED considerou que "a situação sociopolítica na Guiné
Equatorial é como descrita pela Plataforma para o Desenvolvimento da ONG
portuguesas, mas alguns preferem ignorar, porque uma gota de óleo é mais cara
do que uma gota de sangue".
A
organização acusou a CPLP de ter tomado uma decisão em função dos interesses
económicos e de "claudicar-se à custa do sofrimento de um povo que
reivindica seus direitos legítimos, que aspira a uma vida digna, porque a
natureza deu alguns recursos que podem atender às suas necessidades".
MMT
// VM - Lusa
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