sexta-feira, 26 de setembro de 2014

São Tomé e Príncipe: TRIBUNAL DE CONTAS OU FAZ DE CONTA TRIBUNAL?



Adilson Tioló – Téla Nón, opinião

Caros leitores, e Membros do fórum.

Abordar o tema da corrupção em qualquer das suas vertentes é uma tarefa que se afigura difícil, sobretudo, pela falta de consenso na sua conceitualização. Embora não se vislumbre uma definição acabada da corrupção, apercebe-se lato senso e com nitidez das nefastas consequências deste fenómeno sobre o bem público, a justiça e equidade social como demonstram a imensa diversidade de atos, tais como, subornos, peculatos, desfalques, fraudes, adulteração, nepotismo nos recrutamentos consagrados em nomeações, tipo elite, dentre muitos outros.

O mundo atual exige contenção como forma de não comprometermos as gerações futuras, e por isso mesmo, torna-se patente a importância da temática do equilíbrio das contas públicas. Em qualquer estado de direito, a utilização do dinheiro público exige uma adequada fiscalização, essa fiscalização deve ser sempre acompanhada de um controlo adequado. Esta tarefa de controlo cabe ao Tribunal de Contas, que tem de desempenhar o papel de instituição suprema de controlo.

Conhecendo os poderes do Tribunal de Contas, como é que se explica que São Tomé e Príncipe, continua sendo um país em que o fenómeno de corrupção e a delapidação do património público cresce e ganha forma a cada dia que passa?

Sabemos que vivemos há anos com problemas de estruturação da economia, de externalidades e conjunturas que têm condicionado o desenvolvimento sustentável do Pais, mais não se compreende como que tantos atos de corrupção acontecem, sem que se exerça os mecanismos de persuasão contra os infratores até que a fiscalização apure a veracidade dos fatos. Podemos dizer que algo vai mal no funcionamento das estruturas do Tribunal.

Em todos ministérios existe uma direção dos assuntos administrativos e financeiros que pode servir de alicerce para o trabalho do Tribunal de Contas, mas na realidade atual, são imensos os casos de desvios de fundos públicos, que passam ao lado do tribunal, uns até, com epicentro nas referidas direções. O controlo interno é visto como um plano de organização e um conjunto coordenado de métodos e medidas adotados por uma empresa ou Estado para proteger o seu património, verificar a exatidão e a fiabilidade de seus dados contabilísticos, promover a eficiência operacional e encorajar a adesão à política traçada pela administração.

Será que o Tribunal de Contas a isso se tem dedicado desde a sua instauração em 2003? E qual tem sido o papel da Administração Pública perante esta tragédia?

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