O
líder do PCP condenou os "impérios construídos e desenvolvidos debaixo da
asa protectora dos sucessivos governos" com elencos socialistas,
sociais-democratas e os "aguadeiros" democratas-cristãos
O
secretário-geral do PCP voltou hoje a responsabilizar os sucessivos governos de
PS, PSD e CDS-PP pela desvalorização da empresa de comunicações PT e outras
polémicas, designadamente na banca, numa sessão pública, em Lisboa.
Num
evento evocativo do 40.º aniversário do 25 de Abril e do 101.º ano sobre o
nascimento do histórico líder comunista Álvaro Cunhal, Jerónimo de Sousa focou
o projecto da reforma agrária e lembrou o seu "valioso e imenso legado na
luta pela conquista da liberdade, da democracia, por um projecto de
desenvolvimento ao serviço do país e do povo e pela independência
nacional".
"Veja-se
o caso da PT, entregue à voragem da especulação e dos interesses do grande
capital estrangeiro, que revela quanto o programa de privatizações e da venda
de tudo o que é importante para o país ao grande capital nacional e estrangeiro
- que o PSD e o CDS e o PS têm promovido -, conduz à nossa dependência e
empobrecimento", apontou.
O
líder do PCP condenou os "impérios construídos e desenvolvidos debaixo da
asa protectora dos sucessivos governos" com elencos socialistas,
sociais-democratas e os "aguadeiros" democratas-cristãos.
"Pode-se
ver na degradação do sistema financeiro, na multiplicação dos escândalos e
sucessivas fraudes - de BPN, BCP, BPP e, agora, com mais evidência, na implosão
do império da família Espírito Santo, do seu grupo e do seu banco",
acrescentou.
Sobre
Cunhal, o secretário-geral comunista destacou o "olhar" sobre "o
mundo agrícola e rural, num trabalho dotado com preocupações científicas,
impulsionado pelas opções de um homem que há muito havia tomado partido na luta
dos trabalhadores e do povo contra todas as formas de exploração e
opressão".
"Um
olhar que, sendo datado, exige ser completado e actualizado com a sua abundante
análise e intervenção políticas posteriores sobre a realidade dos campos, antes
e depois do 25 de Abril, e inserido na sua produção teórica e acção política
mais geral, onde a sua intervenção em cada um dos domínios da vida do país
ganha ainda um maior sentido", afirmou, embora reconhecendo que a obra
"Contribuição para o Estudo da Questão Agrária (1966) "é um texto com
limitações".
Segundo
Jerónimo de Sousa, o antigo líder do PCP é "o exemplo do combatente que dá
força à luta de hoje", a "luta pela retoma dos caminhos de Abril e
das suas conquistas", "uma das mais belas realizações do nosso
povo".
Lusa,
em jornal i
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