Dois
anos antes do que previsto, o arquipélago conseguiu atingir a meta do plano de
combate à malária definida para 2016. São Tomé e Príncipe tornou-se um caso de
sucesso na luta contra o paludismo. Saiba porquê.
São
Tomé e Príncipe tem observado ano após ano ganhos no combate ao paludismo. Os
resultados positivos da estratégia nacional de luta contra a doença são
visíveis. Há dez anos que o paludismo ainda era a principal causa de morte no
país. Sobretudo muitas crianças com uma idade inferior aos cinco anos perderam
a sua vida por causa da doença infecciosa transmitida por mosquitos e provocada
por parasitas do chamado gênero “Plasmodium”.
Para
além de poupar vidas, a redução dos casos de malária tem-se refletido de forma
positiva na economia nacional diminuindo o absentismo no trabalho e nas
escolas. “Este ano atingimos os melhores resultados nos últimos 40 anos”,
declarou em entrevista a DW África o médico Arlindo Carvalho, o responsável do
Centro Nacional de Endemias.
Ilha
do Príncipe: próxima meta é a erradicação total da malária
“No
Príncipe, o objetivo era não ter mais do que um doente por cada mil habitantes.
Esta meta foi cumprida, e agora é preciso para que se trabalhe na eliminação”,
é o balanço de Arlindo Carvalho do que foi atingido até o fim do ano de 2014. A Ilha do Príncipe e
os seus cerca de seis mil habitantes não estão muito longes de poder viver sem
o flagelo do paludismo.
Ilha
de São Tomé: menos 97% em dez anos
São
Tomé, a maior e a mais populosa ilha do arquipélago, ainda não está tão próxima
da erradicação da doença, segundo o responsável do Centro Nacional de Endemias:
“Quando iniciamos este processo em 2005, andámos a volta de 60.000 casos por
ano. Neste ano de 2014, os dados disponíveis apontam para 1.655 casos até o fim
do terceiro trimestre: se a tendência se confirmar, provavelmente não
atingiremos os 2.000 casos até o fim do ano”, conclui Arlindo Carvalho.
Portanto, em dez anos, reduziram-se os casos de malária em 97 % na Ilha de São
Tomé.
Os
progressos atingidos são tão bons, que as metas do “Plano Nacional de Luta
contra o Paludismo (2012-2016)” já foram cumpridas em 2014, ou seja, dois anos
antes do fim do plano original cinco anos. Isto obrigou as autoridades
sanitárias à reformulação do plano nacional.
Em
2015, começa a fase de pré-eliminação do paludismo
São
Tomé e Príncipe, vai necessitar agora de cerca de sete milhões de dólares para
implementar a fase de pré-eliminação do paludismo no arquipélago. O início esta
previsto para janeiro de 2015.
“A
vigilância pode ser implementada de forma muito mais rigorosa. Os trabalhos na
comunidade devem ser implementados de forma muito mais rigorosa”, define
Arlindo Carvalho as novas metas para 2015.
Um
dos segredos para o sucesso é a prevenção das infecções através do uso de redes
mosqueteiras impregnadas com inseticidas.
Referência
internacional
Com
cerca de 180 mil habitantes, São Tomé e Príncipe, é uma referencia na África
Subsaariana na luta contra o paludismo. “Nós fomos contemplados com dois
prémios da ALMA – a Associação dos Líderes Africanos conta a Malária”, conta
Arlindo Carvalho.
A
Organização Mundial da Saúde (OMS) parabenizou São Tomé e Príncipe pelos ganhos
obtidos e reiterou a sua disponibilidade de continuar a ajudar o país na
eliminação da doença. “Tomámos boa nota dos desafios e reiteramos o nosso
engajamento em apoiar os esforços”, confirmou Claudina Cruz, funcionária da OMS
em São Tomé.
Ramusel
Graça (São Tomé) – Deutsche Welle
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