Bocas
do Inferno
Mário
Motta, Lisboa
No
trabalho do jornal i que compilamos para o Página Global e que pode ler no título
Fome
em Portugal: Cada vez há mais idosos a morrer por causa de quedas e desnutrição
é referida a desnutrição e as quedas que tem levado à morte muitos idosos. Quem
está desnutrido passa fome, está fraco, cai, morre. Sem alimento até as árvores caem
e morrem. É aquilo que tem vindo a acontecer e está a acontecer aos velhos, os
mais fragilizados da sociedade a par das crianças.
Registe-se
que estas mortes têm sido uma benesse para o governo de Cavaco-Passos-Portas.
Os que morrem pelas causas apontadas são velhos e, por certo, velhos
carenciados, ou seja: velhos que passam fome, que andam com a cabeça num
zum-zum tramado. Muito provavelmente a suportarem o apoio de filhos
desempregados, que perderam as suas casas e ainda os netos. É uma “ginástica do
impossível” que muitos velhos conseguem fazer por algum tempo melhor ou pior.
Se necessário (e é com certeza) comendo pão sem mais nada e bebendo água - se
ainda não lhes foi cortado o abastecimento de água por falta de pagamento. Este
método tenebroso é o abreviar da morte dos velhos pela fome e pelo desespero
recheado da miséria.
Certos
e incertos ignorantes da realidade descrita considerarão o referido um exagero.
Pois. Então nada sabem da vida de tantos velhos em Portugal que quando acordam
de um sono mal dormido têm pela frente um quotidiano assim ou ainda pior. Vidas
sempre cumpridoras nos pagamentos passam a incumpridoras por receberem pensões
de miséria que, como se não bastasse serem ínfimas, ainda as viram reduzidas
por decisões do governo que veio para salvar bancos, grandes impérios privados,
os seus correlegionários e donos, esbulhando os portugueses sem dó nem piedade.
Tudo sobre a chefia cúmplice de um presidente de uma república que não o é -
por mais parecer uma monarquia com um rei da devassa pública e do ostracismo a
que vota os portugueses.
Jovens
a fugir do país, a emigrar para fugir à fome e ao esbulho da matilha nos
poderes, como no tempo do salazarismo. Velhos a morrer por causas como as
referidas no artigo do jornal i dá para acreditar que foi objetivo traçado pela
referida matilha ou pelo menos conclui-se que estas mortes dão sempre jeito no
equilíbrio das contas da (in)Segurança Social de modo a que também por isso a
viabilidade da dita (in)Segurança seja mais uma conquista do governo de
Portugal com o agrado dos da UE. Não faltarão pois elogios por parte das altas
instâncias da União. Mais uma razão para seguir a linha de elogios que os
tenebrosos destes atuais poderes nacionais e europeus fazem uns aos outros, como
numa cerimónia de lambe-cus. Pavoneando-se à custa dos povos com toda a falta
de vergonha, de honestidade, de justiça e de democracia.
Muito
mais haveria a acrescentar sobre o inferno que é o quotidiano de milhares de
velhos e velhas em
Portugal. Assim como sobre os jovens, as crianças, aqueles
que se elevaram à classe média e que agora se vêem no desemprego prolongado, na
miséria, com famílias desfeitas… Tanto que havia para apontar e dizer e que a
comunicação social não mostra, não aborda a fundo. Fazendo pela rama, de vez em
quando, uma reportagem contida, sem aprofundar como deveria. Compreende-se. A
comunicação social, os seus órgãos informativos, rádios, jornais, televisões,
estão nas mãos de promíscuos e igualmente tenebrosos grupos económicos que
teriam muito a perder perante o derrube do atual sistema-regime de podridão que
dizem que nos governa… Bem pelo contrário, todos eles se governam desgovernando-nos.
Todos eles gozando da impunidade que ditaram e reservaram para si, as elites que nos
enganam, roubam e matam.
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